Distúrbios políticos no leste do Paquistão deixam 7 mortos

  • Por Agencia EFE
  • 17/06/2014 11h30
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Islamabad, 17 jun (EFE).- Pelo menos sete pessoas morreram e nove ficaram feridas nesta terça-feira nos enfrentamentos entre a polícia e seguidores do clérigo reformista Tahirul Qadri na cidade de Lahore, no leste do Paquistão, informou à Agência Efe uma fonte policial.

Os distúrbios começaram ontem à noite por causa da decisão das autoridades de desmantelar as barricadas que os seguidores de Qadri montaram na rua onde mora o clérigo, que ficou famoso ao liderar, há um ano, uma grande marcha anticorrupção.

Uma pessoa morreu por disparos e as outras seis por complicações respiratórias devido ao gás lacrimogêneo que as forças de segurança lançaram para conter os protestos, segundo o responsável pela polícia da região, Shazad Ali.

A fonte detalhou que os distúrbios não terminaram e que há cerca de 800 manifestantes nas ruas, “embora o número continue crescendo”, e que foram mobilizados aproximadamente 400 policiais.

Os protestos se concentram nos bairros centrais de Garden Town e Model Town, onde mora o clérigo, e o jornal local “Dawn” informou sobre a detenção de pelo menos 55 pessoas.

O ministro regional de Justiça, Ran Sanaula, disse ao jornal “Express Tribune” que as barricadas foram demolidas após se receber a informação de que havia homens armados que estavam transformando a região em um reduto privado de Qadri.

Irrelevante no atual panorama político paquistanês, este clérigo pôs em xeque as instituições no início do ano passado com um discurso reformista e anticorrupção por meio do qual mobilizou dezenas de milhares de pessoas, que ocuparam o centro de Islamabad.

Após levar dezenas de milhares de seguidores à capital, Qadri aceitou suspender seu protesto em troca quase nada diante do embate com os políticos que tinha criticado com tamanha dureza.

Depois de conseguir praticamente como única concessão dos partidos que se comprometessem a cumprir a Constituição, a popularidade do clérigo caiu, e inclusive surgiram suspeitas sobre sua vida pessoal e as motivações reais do movimento que liderou.

Alguns veículos de imprensa e analistas locais atribuíram sua fama ao apoio de setores políticos e militares que queriam interferir no pleito realizado em maio do ano passado. EFE

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