Dívida pública federal fecha outubro em R$ 3,032 trilhões, revela Tesouro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/11/2016 11h29
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas dinheiro - Fotos Públicas

O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 0,46% em outubro, quando atingiu R$ 3,032 trilhões. Os dados foram divulgados na manhã desta quarta-feira (23, pelo Tesouro Nacional. Em setembro, o estoque estava em R$ 3,046 trilhões.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 22,02 bilhões em outubro. A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 0,40% e fechou o mês em R$ 2,909 trilhões.

A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 18,59% em setembro para 17,41% em outubro, segundo o Tesouro Nacional. O prazo médio da dívida subiu de 4,59 anos em setembro para 4,66 anos em outubro. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 12,75% ao ano em setembro para 12,57% ao ano em outubro.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 1,92% menor, somando R$ 123,61 bilhões no décimo mês do ano.

Estrangeiros

Os estrangeiros diminuíram sua participação no estoque de títulos do Tesouro Nacional em outubro. A parcela dos investidores não-residentes no Brasil no total da DPMFi caiu de 14,97% em setembro para 14,90% em outubro, somando R$ 433,44 bilhões. Em setembro, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 437,38 bilhões.

O grupo previdência, que já era o maior detentor de títulos, aumentou ainda mais sua parcela, passando de 24,26% em setembro para 24,64% no mês passado. Segundo o Tesouro, o aumento contínuo da participação desse grupo no estoque é positivo devido ao seu perfil de investimento em títulos de prazo mais alongado. 

A fatia das instituições financeiras no estoque da DPMFi teve queda de 24,14% em setembro para 23,14% em outubro. Os Fundos de Investimentos continuaram aumentando sua participação no mês, passando de 21,40% para 22,08%. Já as seguradores tiveram crescimento na participação de 4,52% para 4,58%.

Prefixados

A parcela de títulos prefixados na DPF caiu de 37,71% em setembro para 35,91% em outubro. Já os papéis atrelados à Selic aumentaram a fatia, de 26,54% para 27,64%. 

Os títulos remunerados pela inflação subiram para 32,25% do estoque da DPF em outubro, ante 31,47% em setembro. E os papéis cambiais reduziram a participação na DPF de 4,29% em setembro para 4,21% em outubro.

Após os ajustes no Plano Anual de Financiamento (PAF) no mês passado, os papéis voltaram para dentro das metas estipuladas pelo Tesouro. O intervalo do objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos prefixados em 2016 é de 33% a 37% enquanto os papéis remunerados pela Selic devem ficar entre 27% a 31%. No caso dos que têm índices de preço como referência, a meta é de 29% a 33%, e, no de câmbio, de 3% a 7%. 

Expectativas e análises

O coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, disse que a queda de 0,46% no estoque da DPF em outubro – para R$ 3,032 trilhões – já era esperada devido ao elevado vencimento de títulos programado para o mês.

“Apesar da queda em outubro, a expectativa é de que no fim do ano estejamos dentro do intervalo previsto no PAF, de R$ 3,1 trilhões a R$ 3,3 trilhões, devido ao baixo vencimento de títulos em novembro e dezembro”, acrescentou Secunho.

O coordenador destacou que o resgate líquido de R$ 36,04 bilhões em outubro se deveu ao vencimento de um grande volume de títulos prefixados. Esse é um movimento normal nos meses chamados “cabeça de trimestre”. 

Em outubro, as emissões do Tesouro somaram R$ 77,42 bilhões, enquanto só resgates chegaram a R$ 113,45 bilhões. 

“Por outro lado, tivemos segunda maior emissão de NTN-B do ano, com títulos de mais longo prazo que alongam a dívida pública federal”, ressaltou. 

Tesouro Direto

Ao comentar sobre o desempenho do Programa Tesouro Direto em outubro, com a quantidade de investidores cadastrados ultrapassando o patamar de 1 milhão, Secunho adiantou que o órgão irá anunciar na primeira semana de dezembro medidas para facilitar investimento e resgate no programa. Ele não detalhou quais mudanças seriam essas. 

Não-residentes

O coordenador-geral de operações da Dívida Pública repetiu que não existe meta para a participação de investidores estrangeiros nos títulos do Tesouro. Segundo ele, a queda da fatia de não-residentes nos papéis brasileiros estaria concentrada em títulos de curto prazo, com a realização de lucro por esses investidores. 

A parcela dos investidores não-residentes no Brasil no total da DPMFi caiu de 14,97% em setembro para 14,90% em outubro, somando R$ 433,44 bilhões, segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em setembro, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 437,38 bilhões.

Mas, de acordo com Secunho, após a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, a tendência do mercado se modificou com o efeito causado pelo pleito americano nas taxas de juros e no câmbio. “Existiu uma realização de lucro permanente ao longo do ano devido à queda nas taxas de juros e no câmbio. Mas a partir de novembro, com a reversão nesses movimentos, os estrangeiros voltaram a aumentar suas compras para aproveitarem os juros mais elevados”, salientou

12 meses

O coordenador destacou que o porcentual de vencimentos da DPF nos próximos 12 meses chegou em outubro ao menor nível da história, passando de 18,59% para 17,41%.

“Isso é positivo e da mais tranquilidade ao Tesouro em um momento de volatilidade nos mercados”, avaliou.

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