“Dívida pública que hoje é em torno de R$ 4 tri, seria de R$ 700 bi”, diz Skaf sobre PEC 241/16

  • Por Jovem Pan
  • 19/07/2016 15h52
Brasília- DF 08-05-2016 Presidente interino, Michel Temer durante encontro Encontro com Líderes Empresariais. Moreira Franco, Henrique Meirelles, Padilha, Marcos Pereira e Skaf. Meirelles durante discurso do presidente da FIESP, Paulo Skaf. Foto Lula Marques/ Lula Marques/Agência PT Paulo Skaf - Ag. PT

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) encomendaram uma pesquisa a IPSOS para saber qual a percepção da população sobre as contas públicas brasileiras e 88% dos entrevistados avaliaram que o melhor caminho para o governo ajustar as contas é o corte de gastos. Em relação aos impostos, 84% das pessoas disseram não confiar que um aumento de impostos seria temporário.

Baseado nesse levantamento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, comentou, em entrevista exclusiva à Jovem Pan, os resultados afirmou que a PEC 241/16, que deve limitar a ampliação dos gastos com base na inflação do ano anterior, é muito importante dentro da estratégia da redução de despesas do governo.

“Essa PAC é muito importante em limitar o aumento dos gastos com base na inflação do ano anterior. É tão importante que, se nós fizermos uma simulação, se essa PEC fosse aprovada em 2005, ou seja, há 10 anos, a dívida pública que hoje é em torno de R$ 4 trilhões, seria de R$ 700 bilhões, ou seja, nós teríamos uma dívida pública seis vezes menor do que a atual. E se nós tivéssemos uma dívida pública seis vezes menor que a atual, nós poderíamos estar com uma taxa Selic de 3%, e não 14%. E se nós tivéssemos com 3% e não 14%, nós estaríamos economizando, só de pagamento de juros por ano, algo em torno de R$ 500 bilhões. Ou seja, seria um outro cenário, um outro Brasil, uma outra situação”, explicou Skaf.

O presidente da Fiesp disse ainda que as despesas em quase 6% acima da inflação foram o que geraram a gigantesca dívida pública do país de R$ 4 trilhões, que acaba saindo muito caro para o Brasil.

“Por causa dessa dívida os juros são elevados, (…) o governo não tem dinheiro pra nada, (…) há a ameaça toda hora de aumentar ainda mais os impostos, que nós não aceitaremos em hipótese nenhuma, a sociedade não aceitará em hipótese nenhuma mais impostos. Então são medidas de médio prazo muito interessantes. E no curto prazo você tem uma porção de coisas que pode fazer, no sentido de apertar o cinto mesmo”, afirmou.

Skaf lembrou ainda o que mais revolta a sociedade: enquanto se paga muito, pouco se tem de retorno no Brasil. Mais um fato que faz a população não aceitar mais um aumento nos tributos.

“É uma carga tributária de 37%, 38% do PIB. São quase R$ 2 trilhões que se arrecada por ano de impostos. Só pro Governo Federal é em torno de R$ 1,2 trilhão, e o que a sociedade sente é uma falta de qualidade nos serviços públicos. Enquanto paga muito, tem pouco como retorno. Porque a segurança pública é ruim, o serviço de saúde é ruim, as escolas públicas são ruins, enfim, transporte, infraestrutura. Então, o que a sociedade exige, é que não se tenha mais aumento de impostos e que haja uma melhoria real nos serviços públicos”, disse.

Confira no áudio acima a entrevista completa de Paulo Skaf.

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