Divulgadas fotos de quadrilha que falsificava documentos brasileiros para sírios
O Portal dos Procurados, parceria entre o Disque-Denúncia e a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, divulgou nesta segunda-feira (4) cartaz com as fotos de Jorge Luiz da Silva Motta, Ali Kamel Issmael e David dos Santos Guido, integrantes de uma quadrilha que falsificava documentos para dar cidadania brasileira a imigrantes sírios. A fraude incluía certidão de nascimento, identidade, título de eleitor e passaporte brasileiros.
Após oito meses de investigações, a Delegacia de Defraudações identificou 72 sírios envolvidos na fraude. A apuração levou a um endereço na zona norte do Rio, onde vivia Ali Kamel, de 71 anos, de cidadania síria, que possui visto permanente para morar no Brasil.
A fraude acontecia nos livros de registros de nascimento e nas certidões de nascimento. Os documentos registravam que os cidadãos legalizados pela quadrilha nasceram no Rio de Janeiro entre as décadas de 1960 e 1970. Segundo os investigadores, as fraudes aconteceram entre 2012 e 2014. Jorge Luiz – funcionário do cartório onde eram feitas as falsificações – arrancava as folhas dos livros e levava para David dos Santos Guido, ex-funcionário do estabelecimento, demitido após outra investigação de fraude. Guido fazia o registro dos sírios como brasileiros em casa. Depois, Jorge Luiz recolocava as folhas no lugar, e assim nascia um brasileiro, acima de qualquer suspeita.
Ainda segundo as investigações, a quadrilha não se preocupava com a escolha das informações que eram registradas. Todos os sírios se tornaram brasileiros com certidões feitas bem depois do dia do nascimento, os chamados registros tardios. Todos nasceram dentro de casa, nunca em hospitais, sempre nos mesmos endereços. Em um deles, na Tijuca, na zona norte, teriam nascido 13 pessoas, de acordo com os registros falsos.
O esquema começou a ser desvendando por um funcionário do Detran, que desconfiou das certidões de nascimento que tinham informações muito parecidas. Durante a investigação, a Delegacia de Defraudações descobriu que os sírios não queriam se passar por brasileiros apenas no Brasil. Pelo menos 20 deles tiraram o passaporte brasileiro. A polícia não tem informações sobre onde esses sírios com passaporte estão, mas os investigadores descobriram, por meio de redes sociais, que muitos estiveram em cidades como Paris, Nova Iorque e Londres e alguns não se intimidam em compartilhar textos que defendem atos terroristas ou mostrar simpatia por Hitler e o nazismo.
Quem tiver alguma informação sobre a localização dos acusados pode enviar a denúncia por meio de mensagem de texto, vídeo ou foto para o aplicativo de mensagens WhatsApp do Portal dos Procurados, pelo número (21) 96802-1650. A denúncia também pode ser feita pelos telefones da Central Disque-Denúncia: (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177, para quem estiver fora da capital fluminense. O anonimato é garantido.
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