Documentos relacionam autoridades e personalidades a paraísos fiscais
Diversas personalidades conhecidas internacionalmente, entre elas 72 chefes ou ex-chefes de Estado, foram afetadas pela divulgação de documentos da empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, e especializada na gestão de capitais e patrimônios.
Conforme publicaram neste domingo veículos de comunicação, agrupados no Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, entre os clientes da empresa estão o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da Argentina, Mauricio Macri. Outros nomes ligados à Mossack Fonseca são jogador de futebol argentinao Lionel Messi, a irmã do rei Don Juan Carlos, da Espanha, Dona Pilar de Borbón, e o diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar.
Segundo as informações divulgadas hoje, a Mossack Fonseca comunicou aos seus clientes que “infelizmente” foi alvo de um ataque cibernético, e que as informações que mantém poderiam ter sido comprometidos.
A “BBC” informou que o acervo, batizado de “The Panama Papers”, contém 11,5 milhões de documentos com a movimentação financeira de personagens relevantes da cena internacional. Além disso, divulgou que não conhece a identidade da fonte que forneceu a documentação.
No caso de Putin, a documentação revelou sua relação com o diretor de orquestra Sergei Roldugin e um “entrecruzado de empresas” que serviu para esconder “negócios ocultos” dos amigos “mais íntimos” do presidente russo.
Segundo o grupo de jornalistas, a investigação demonstrou que Roldugin atuou como testa-de-ferro e “provavelmente também representando o próprio Putin”.
O jornal online espanhol “El Confidencial”, que também faz parte do grupo, informou que a infanta Pilar de Borbón “presidiu e dirigiu durante anos uma empresa radicada no Panamá”, administrada pela Mossack Fonseca, especializada “em criar sociedades ocultas em paraísos fiscais”.
A empresa foi dissolvida em 24 de junho de 2014, cinco dias depois de Felipe VI ser proclamado rei da Espanha, após a abdicação do pai.
O canal de TV espanhol “La Sexta”, que também teve acesso à informação, disse que o atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, “administrou uma empresa não declarada nas Bahamas” quando já era prefeito de Buenos Aires.
Com relação a Lionel Messi, os movimentos financeiros começaram em 2013, no dia seguinte que a Procuradoria espanhola denunciou o jogador por três supostos crimes fiscais. A empresa utilizada pelo atleta do Barcelona e a família seria a “Mega Star Enterprises”.
O diretor de cinema Pedro Almodóvar, por sua vez, era sócio, com o irmão Agustín, em 1991, de “uma sociedade offshore chamada Glen-Valley Corporation”. Os irmãos Almodóvar garantiram à “La Sexta” que, atualmente, não têm “qualquer participação em empresas estrangeiras” e que “pagam seus impostos na Espanha”.
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