Dois novos livros sobre Hitler buscam aproximar o público jovem à história

  • Por Agencia EFE
  • 13/04/2015 13h33
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Berlim, 13 abr (EFE).- Dois novos livros sobre Adolf Hitler publicados pela editora Berlim Story Verlag, uma biografia em imagens e um relato sobre os cem últimos dias do ditador, buscam 70 anos depois do suicídio de “Führer” oferecer, principalmente às gerações mais jovens, uma aproximação analítica sobre sua figura.

A biografia “Adolf Hitler”, do historiador e jornalista Armin Fuhrer, é uma “compilação de dados clara, concisa e breve”, com mais de 200 imagens, que busca responder à pergunta de “como isso pôde acontecer” de diferentes perspectivas, disse o autor na apresentação do livro nesta segunda-feira

No antigo bunker da estação berlinense de Anhalter Bahnhof, Fuhrer explicou que trata-se de uma espécie de “Hitler para principiantes”, destinado tanto a um público jovem como a uma audiência não especialista.

Segundo o autor, era uma nova biografia “urgentemente” necessária porque há tantas obras sobre o ditador que “se perde a noção quando aparecem novas fontes e as antigas são reinterpretadas”. Para ele, os jovens veem o regime nacional-socialista de forma “mais relaxada” porque são separados por uma geração, a do pós-guerra.

O autor, nascido em 1963, considera que sua geração “deu voltas durante décadas” ao passado nazista da Alemanha, mas os jovens que têm 20 ou 25 anos não. Fuhrer disse que “o interesse é grande”, mas explicou que o livro “obviamente tem que ser atrativo porque as pessoas querem ser entretidas”.

A biografia em imagens, que inclui fotos do Arquivo Nacional de Washington e do arquivo do fotógrafo de Hitler Heinrich Hoffmann, entre outras fontes, é um “mero livro de dados” sem espaço para “entrar na controvérsia”, segyundo ele.

Para Armin Fuhrer, concentrar-se em dados “também resulta doloroso às vezes”, pois obriga a escolher uma tese e descartar outras.

O responsável pela obra se disse otimista que o livro seja uma espécie de “antídoto” contra o extremismo de extrema-direita, mas analisou que “para isso, naturalmente, é preciso mais que um pequeno livrinho”.

“Hitler Ende” (“O fim de Hitler”) aborda, segundo o autor, o também historiador e jornalista Sven Felix Kellerhoff, “o drama” do retorno do ditador a Berlim no dia 16 de janeiro de 1945 até seu suicídio em 30 de abril e relata a vida no bunker do “Führer”.

O livro é uma reedição revisada de sua obra de 2003 “Mythos Führerbunker” (“O mito do bunker do Führer”) que, se antes começava com a construção do bunker em 1935, agora foca neste breve período de cem dias, ilustrado com resultados atuais de investigações.

Segundo Kellerhoff, “cada geração desenha sua imagem da história, que muda a um ritmo muito forte de entre dez e 15 anos”.

Antes de 1968, muito se falava que a sociedade alemã estava envolvida, enquanto nos anos 70 foi vista uma reação contrária, com uma queda considerável do número de estudos focados no nazismo, disse.

Nos anos 80 surgiram de novo iniciativas como a Topografia do Terror, um projeto organizado pelo 750º aniversário de Berlim em 1987 e do qual surgiu a fundação de mesmo nome e a criação de um centro de documentação sobre o nacional-socialismo, seus crimes e as consequências após 1945.

Nos anos 90, a análise da história focou na culpa da Wehrmacht e hoje ninguém nega, segundo o autor, que o exército da Alemanha nazista realizou uma “guerra de extermínio”. Segundo Kellerhoff, “não há país que tenha dedicado tanto tempo a estudar seu passado” como a Alemanha. EFE

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