Dólar impacta não só viagens, mas preço do pão, eletrônicos e da indústria; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2015 15h54
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Montagem/Divulgação Pão francês

Não é preciso estar com viagem marcada para se preocupar com a alta do dólar. A moeda americana que já chega na casa dos R$ 4,20 tem muito impacto no mercado local.

Isso porque o Brasil importa muitos insumos cujo preço é cotado em dólar. Um exemplo disso é o trigo que utilizamos para fazer o pão francês. Com o aumento da moeda, o preço do quilo do pão que estava R$ 11,90 em uma padaria no centro de São Paulo, no bairro da Liberdade, foi para R$ 12,40. Em bairros periféricos é possível encontrar o quilo por R$ 10 enquanto que em bairros nobres, o pãozinho pode chegar ao preço de R$ 15 o quilo.

Para Denise Campos de Toledo, comentarista de economia do Jornal da Manhã, a indústria como um todo sofre muito com a alta do dólar já que muitos produtos básicos para a produção também são importados, e isso inevitavelmente terá impacto no preço final dos artigos: “os segmentos mais afetados são o de autopeças, de produtos de limpeza e eletrônicos”. Apesar da tentativa de absorver uma parte dos custos, quando um produto contém cerca de 70% de seus componentes que são trazidos de fora, é praticamente impossível não existir um repasse para o consumidor. Isso sem contar as despesas relativas ao aumento da energia elétrica.

Já a indústria têxtil encontra-se em uma situação controversa. Apesar da previsão de queda das vendas no setor, o momento é bom para aumentar a competitividade já que pessoas que traziam muitas peças de fora ou compravam em e-commerces internacionais vão pensar duas vezes antes de fazer uma nova aquisição. Por outro lado, as fábricas que compram materiais de fora também farão repasses nos preços.

A produção nacional também é influenciada com a alta do dólar. Denise afirma: “produtos agropecuários, como a soja e a carne, ficam com um preço mais interessante no mercado externo e os produtores acham mais vantajoso mandar sua produção para fora do que comercializá-la no mercado interno”. Isso diminui a oferta local e também aumenta os preços. Outro fator que aumenta o preço de alimentos básicos é o fato de que fertilizantes e defensores agrícolas utilizados no cultivo também são, em geral, importados.

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