Dos 12 mortos em atentado a revista francesa, 8 eram jornalistas
Paris, 7 jan (EFE).- Das 12 pessoas que morreram no ataque à sede da revista “Charlie Hebdo” nesta quarta-feira, oito eram jornalistas, dois eram policiais, uma era visitante e outra atingida do lado de fora do edifício.
O procurador de Paris, François Molins, explicou os fatos em entrevista coletiva na qual disse que os autores eram “pelo menos dois indivíduos”, que gritavam “Alá é o maior” e “diziam querer vingar o profeta (Maomé)”.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, tinha afirmado horas antes que as forças de ordem buscavam três terroristas porque algumas testemunhas contaram ter visto três ocupantes no carro com o qual fugiram.
Molins explicou que os terroristas chegaram à sede da “Charlie Hebdo” no distrito XI da capital francesa em um Citroën C3 por volta das 11h30 locais (8h30 de Brasília) e assassinaram sua primeira vítima antes de entrar nos escritórios da publicação.
Já na redação, localizada no segundo andar, eles mataram dez pessoas, entre elas oito jornalistas, um convidado e um policial responsável pela proteção de um dos diretores da publicação, que tinha recebido repetidas ameaças desde 2006, quando publicou caricaturas de Maomé.
De novo na rua, eles trocaram tiros com três patrulhas policiais em sequência. No último tiroteio, feriram um agente, que ficou caído. Depois, se aproximaram e lhe deram um tiro à queima-roupa antes de voltarem ao carro que ocupavam, e com o qual seguiram rumo ao nordeste de Paris.
Na fuga, colidiram com outro veículo e, embora tivessem tentado continuar, tiveram que abandoná-lo em uma rua no nordeste da cidade, onde roubaram um Renault Clio para continuar a fuga.
Molins disse que não queria dar mais detalhes sobre a perseguição a partir desse ponto para preservar “a confidencialidade” das investigações e para “deter o mais breve possível” os autores da chacina.
A rede de televisão “BFM TV” indicou que as forças da ordem suspeitam que eles estejam no departamento de Seine-Saint-Denis, na periferia nordeste de Paris.
Outras 11 pessoas ficaram feridas no tiroteio, quatro delas com gravidade.
A lista de mortos não foi informada oficialmente, mas diversas fontes anteciparam os nomes de alguns deles, em particular o diretor da “Charlie Hebdo”, Stéphane Charbonnier, conhecido pelo apelido “Charb”, e outros três dos principais cartunistas: Cabu, Tignous e Wolinski.
Também consta entre os mortos o economista Bernard Marid, cronista habitual da emissora de rádio pública “France Inter” e colaborador da publicação satírica. EFE
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