Drogas, sexo e corrupção na maior prisão das Filipinas

  • Por Agencia EFE
  • 07/06/2014 06h57
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Helen Cook.

Manila, 7 jun (EFE).- Drogas, sexo, internet e até bicicletas elétricas são exemplos dos luxos que alguns prisioneiros desfrutavam em troca dos subornos em Bilibid, a maior prisão das Filipinas, um escândalo no qual estão envolvidos o diretor do centro e 12 guardas.

Os funcionários foram demitidos na quarta-feira e estão sendo investigados pelo Ministério da Justiça, após as denúncias na imprensa local e nas redes sociais sobre o tratamento dado a alguns dos 22 mil detentos da prisão de Bilibid, no sul da capital Manila.

Segundo a imprensa filipina, o preso Ricardo Camata, conhecido como “Chaca” e líder de uma famosa quadrilha Sigue-Sigue Sputnik Gang, recebeu há uma semana a visita de dançarinas de TV e uma jovem atriz, que não foram registradas, durante duas noites enquanto ele estava hospitalizado.

A página do Facebook “Bilibid Atin Ito” (“Bilibid é Nosso”, em tagalo) denuncia através de várias fotos o constante tráfico de drogas no local e o tratamento especial recebido por um dos presos, Herbert “Ampang” Colangco, líder de um grupo especializado em roubo de joalherias e bancos.

“Ele cumpre sua pena em uma cela na qual caberiam outros 45 presos, mas ele fica acompanhado de seus assistentes pessoais, cozinheiros, garçons e guarda-costas armados”, essa é a legenda de uma das fotos postadas de Colangco.

A página “Bilibid Atin Ito” acrescenta ainda que Colangco tem “seu próprio computador com conexão à internet, sistema de ar condicionado, carrinho de golfe e acesso à água corrente, enquanto os demais presos passam o dia todo fazendo fila para conseguir um galão de 3,7 litros de água”.

A fonte indica que tais privilégios são o resultado “da doação de 1,2 milhões de pesos (R$61.338) ao hospital da penitenciária de Bilibid no ano passado para melhorar as instalações e comprar remédios”.

Esse dinheiro, segundo a fonte, vem das atividades criminosas de Colangco, que participou do roubo de várias joalherias e bancos. A suspeita é de que o líder da quadrilha estava por trás de um dos assaltos mais sangrentos da história das Filipinas.

Na ocasião, dez funcionários de uma filial bancária em Laguna, no nordeste das Filipinas, foram executados com tiros na cabeça enquanto um grupo de homens roubava o conteúdo da caixa-forte.

Por sua vez, fontes policiais denunciaram que tinham encontrado em Bilibid vários carrinhos de golfe e bicicletas elétricas, que supostamente alguns presos usam para se deslocar pelo complexo penitenciário.

Além disso, o ex-diretor da Bilibid, Fajardo Lansangan, foi duramente criticado por ter permitido que quatro réus fossem a hospitais particulares fora da prisão sem ter obtido a permissão pertinente de seus superiores.

“Acreditávamos que estes quatro casos eram urgências médicas, mas um relatório deveria ter sido entregue 48 horas depois com o motivo”, explicou à rádio local “DZBB” o vice-ministro de Justiça, Francisco Baraan, após as demissões.

Conforme disse ao jornal “Inquirer” um porta-voz do Departamento Correcional das Filipinas, Celso Bravo, o já ex-diretor da penitenciária Bilibid, será substituído pelo superintendente Robert Rabbo, que anteriormente foi suspenso e absolvido por ter deixado um preso sair livremente de sua cela em até três ocasiões. EFE

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