Dúvidas cercam copiloto de avião que caiu nos Alpes franceses

  • Por Agencia EFE
  • 26/03/2015 16h33
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Berlim, 26 mar (EFE).- Andreas Lubitz, o copiloto da Germanwings que supostamente derrubou de forma proposital o avião na última terça-feira nos Alpes franceses, com outras 149 pessoas a bordo, era um jovem de 27 anos com uma vida aparentemente normal e que trabalhava para a companhia aérea desde 2013.

“(Andreas) Cumpriu seu sonho de voar, sonho que agora pagou caro com sua vida”, comentaram seus companheiros do clube aéreo LSC Westerwald de Montabaur, sua cidade natal, em mensagem postada no site da organização após a tragédia do avião.

Nessa breve homenagem em lembrança de Lubitz, os companheiros do clube de voo lamentaram a morte de um de seus membros, que “começou como piloto de planadores e chegou a ser piloto de um Airbus A320”.

Com esse avião, caiu na terça-feira na França após decolar de Barcelona (Espanha) em um voo com destino a Düsseldorf (Alemanha), onde a polícia fez hoje uma revista em sua casa, por ordem da promotoria, com o objetivo de encontrar alguma prova que pudesse explicar o motivo de Lubitz ter derrubado propositalmente a aeronave.

Segundo as primeiras informações divulgadas pela promotoria francesa a partir das gravações de voz registradas na primeira caixa-preta recuperada do avião, o copiloto acionou o sistema de descida do avião quando estava sozinho na cabine e não abriu a porta para o piloto, que tinha saído por um momento e tentou – sem sucesso – retornar.

O jovem, de 27 anos segundo a prefeitura de Düsseldorf – um ano a menos do que foi informado inicialmente -, nasceu na pequena cidade de Montabaur, de apenas 12,5 mil habitantes, no estado federado da Renânia-Palatinado.

Vivia entre Düsseldorf, capital do estado vizinho da Renânia do Norte-Vestfália, e a casa de seus pais em Montabaur, onde a polícia também fez buscas hoje à procura de algum indício que possa esclarecer sua ação.

Andreas Lubitz se formou piloto no centro da Lufthansa em Brêmen e, segundo informou hoje o presidente da companhia aérea alemã, Carsten Spohr, há seis anos interrompeu durante vários meses sua formação, algo que não é incomum.

“Era 100% apto para o voo, sem nenhum tipo de peculiaridade”, garantiu Spohr.

Mas foi esse recesso brusco de meses o que suscitou as maiores especulações sobre uma eventual depressão ou outro problema psicológico, que nenhuma fonte confirmou.

Vários de seus companheiros no clube aéreo de Montabaur que foram consultados pela imprensa local descreveram Lubitz como “um jovem muito amável”, “divertido e às vezes, talvez, um pouco tranquilo”, sem nenhuma particularidade especial ou característica chamativa.

O copiloto tinha começado a trabalhar para a Germanwings em setembro de 2013, cumprindo seu sonho de pilotar um Airbus e tinha uma experiência de 630 horas de voo.

Além disso, Lubitz passou por todas as revisões exigidas na Lufthansa e também pelos controles de segurança de rotina que as autoridades de controle aéreo da Renânia do Norte-Vestfália realizam com os funcionários das companhias aéreas com base no estado e nos aeroportos da região.

Segundo fontes do governo municipal de Düsseldorf, Lubitz passou sem problemas por essas provas pela primeira vez em 2008, pela segunda vez em 2010 e, novamente, em janeiro deste ano. Além disso, as fontes informaram que não possui histórico criminal, nem envolvimento com qualquer tipo de extremismo.

Seus vizinhos evitaram hoje as câmeras de televisão que se amontoam nas proximidades de sua casa em Düsseldorf e da residência de seus pais em Montabaur. EFE

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