“É quase impossível manter o controle do helicóptero sem uma pá”, diz especialista sobre suspeitas na queda da aeronave

  • Por Jovem Pan
  • 04/04/2015 10h28
CARAPICUÍBA, SP, 03.04.2015: THOMAZ-ALCKMIN - Encontrada a hélice do helicóptero que caiu em Carapicuíba, na Grande São Paulo, matando o filho caçula do governador Geraldo Alckmin, Thomaz Alckmin, e mais quatro pessoas. (Foto: Aloísio Maurício/Fotoarena/Folhapress) Folhapress Uma das hélices foi encontrada a 1km do local do acidente que vitimou Thomaz Alckmin e mais quatro pessoas

Há suspeitas de que uma falha na pá do helicóptero tenha sido a causa do acidente que matou Thomaz Alckmin, Paulo Henrique Moraes, Carlos Haroldo Esquerdo Gonçalves, Erick Martinho e Leandro Souza.

Em entrevista a Jovem Pan, o especialista em aviação, Shailon Ian disse que a pá em um helicóptero equivale a asa de um avião. “É praticamente impossível manter o controle de um helicóptero quando ele perde uma pá. É algo raríssimo”, explicou.

Uma das pás do helicóptero foi encontrada a cerca de um quilômetro do local em que a aeronave caiu, na região de Carapicuíba, na Grande SP. Segundo o especialista, em 16 anos de experiência, ele não se recorda de nenhum evento de perda de pá.

“A aeronave que caiu era nova, tinha 600h de voo, é pouco. É um modelo muito robusto, testado. Causa muita estranheza uma pá ter se soltado”, disse.

Sobre o vídeo de câmeras de segurança que revelam o momento do acidente, Shailon Ian afirmou que a queda impossibilitou uma ação dos tripulantes e passageiros: “eles não tinham o que fazer”.

Shailon Ian ainda comparou o incidente com a queda do avião de Eduardo Campos, ocorrida no dia 13 de agosto de 2014, no que diz respeito a uma ausência de explosão. “O avião que estava Eduardo Campos explodiu porque estava em fase final de voo e quanto menor a faísca do combustível, mais propenso a explosão ele está. Já o helicóptero [que caiu nesta quinta-feira], estava em voo de teste. Poderia ter acontecido, mas não era tao propenso quanto o [avião] de Campos”, contou.

Questionado se poderia ter ocorrido um desgaste da pá que se desprendeu durante a queda, o especialista afirmou que “com 600h de voo, para este modelo de aeronave, o desgaste por fadiga é muito pouco provável”.

“Se houvesse um desgaste, as inspeções também permitiriam que fosse detectado. Não descartando esta hipótese, mas considero bastante improvável. Se houve a fadiga de material, ela deixa um sinal muito claro na pá e os investigadores verão isso com certeza”, finalizou.

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