É solto jornalista vencedor do Pulitzer preso na fronteira por ser ilegal

  • Por Agencia EFE
  • 15/07/2014 21h34

Washington, 15 jul (EFE).- O jornalista, ativista imigrante ilegal e ganhador do prêmio Pulitzer, José Antonio Vargas, que tinha sido detido nesta terça-feira pelas autoridades da fronteira em McAllen, no Texas, foi libertado, anunciou o próprio repórter em comunicado.

“Fui posto em liberdade pela Patrulha Fronteiriça. Quero agradecer todos que me apoiaram e aos imigrantes ilegais do sul do Texas e em todo o país”, disse o jornalista na nota.

“Nossa vida diária se enche de temor em atos simples, como subir em um avião para ir para a casa de nossa família. Com o Congresso sem atuar sobre a reforma migratória, e o presidente (Barack) Obama considerando suas opções de ação executiva, a questão fundamental continua sendo: como definimos o que é ser americano?”, acrescentou Vargas.

Vargas, que chegou aos Estados Unidos aos 12 anos com seu avô e viveu no país ilegalmente desde então, é um dos milhões de imigrantes ilegais que viveram durante décadas e enfrentam o risco de serem deportados para um país que é para eles estranho.

O diretor do documentário “Documented”, sobre o debate migratório e os medos das crianças que cresceram nos Estados Unidos, mas são imigrantes ilegais, tinha viajado para McAllen para se reunir com outros grupos em uma vigília a favor das crianças que chegam a essa região vindos da América Central.

“Como um menor imigrante não acompanhado, cheguei a McAllen, Texas, para lançar luz sobre as crianças aos que os Estados Unidos e muitos nos meios de comunicação estão dando ativamente as costas”, afirmou Vargas.

“Mas o que vi foi a generosidade do povo americano, documentados e imigrantes ilegais, no Vale do Rio Grande”, apontou.

Vargas, que ganhou em 2008 o prêmio Pulitzer pela cobertura coletiva do tiroteio ocorrido na Universidade Virgínia Tech para o “Washington Post”, é uma das figuras mais importantes do debate migratório e provavelmente o imigrante ilegal mais conhecido dos Estados Unidos. EFE

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