Ebola se espalha em Bamaco com outra morte, a terceira só nesta semana

  • Por Agencia EFE
  • 13/11/2014 22h20

Bamaco, 13 nov (EFE).- A epidemia de ebola está se espalhando por Bamaco, aparentemente sem controle, com duas mortes nesta quinta-feira, a última delas de uma menina no Hospital Gabriel Touré, onde horas antes uma idosa havia morrido.

O hospital, o maior da capital malinesa e muito próximo ao Mercado Central, parece ter se transformado em um novo foco infeccioso, que se soma ao localizado em outro hospital onde na terça-feira morreu um enfermeiro pelo vírus, que teria sido contaminado pela idosa, tratada no local.

Já ela teria sido infectada no funeral e enterro de um imã, feito segundo os rituais tradicionais: lavagem e mortalha do corpo sem nenhuma proteção. Até então, se ignorava que a causa foi o ebola, mas essa parece ter sido a razão para a dispersão do vírus, já que seu poder letal é maior quando o contágio é feito por meio de um cadáver.

A suspeita é que no ritual a idosa tenha contraído o vírus e depois levado-o para o maior hospital do Mali.

O pânico surgido na terça-feira, após ser noticiada a segunda morte por ebola em menos de 20 dias no país, aumentou hoje entre a população. No Hospital Gabriel Touré, houve fuga desesperada tanto de pacientes quanto de enfermeiros e médicos, e um número indeterminado de pessoas que estavam no interior do edifício foi proibido de sair e colocado em quarentena.

O pessoal da exclusiva Clínica Pasteur de Bamaco, onde trabalhava o enfermeiro que morreu na terça-feira, também está em quarentena junto de vários boinas azuis da Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma).

Enquanto o governo, que é acusado por muitos de negligência, tenta através dos meios de comunicação sensibilizar a população, os rumores correm como pólvora, e os supostos casos de ebola se espalham mais do que o vírus através das redes sociais e por mensagens de texto.

O primeiro caso de ebola no Mali foi anunciado em 24 de outubro, quando uma menina de dois anos morreu após voltar da Guiné, um dos focos infecciosos, junto de Libéria e Serra Leoa.

Segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia de ebola na África Ocidental já infectou 14.098 pessoas e causou a morte de 5.160. EFE

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