Economia de Cuba vive momento “único” e EUA correm risco de ficar de fora
Panamá, 8 abr (EFE).- A economia de Cuba vive um momento “único” e os Estados Unidos correm o risco de ficarem excluídos do processo de modernização impulsionado pela ilha, do qual participam China e Europa, entre outros, alertou nesta quarta-feira a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
Em entrevista para a Agência Efe, Bárcena aplaudiu a participação de Cuba, pela primeira vez, na Cúpula das Américas, que será realizada entre sexta-feira e sábado no Panamá.
A dirigente da Cepal elogiou ainda o processo de aproximação iniciado em dezembro passado entre Havana e Washington.
“É um momento único na economia cubana, e por isso me parece muito bom o que está se passando porque, no fundo, se não ocorre essa aproximação entre Estados Unidos e Cuba, na realidade quem vai ficar de fora do processo de modernização de Cuba vai ser os Estados Unidos”, declarou Bárcena.
Para a secretária-executiva, “todos os demais estão participado do processo de atualização da economia Cubana: Canadá, Europa, China, todos menos os Estados Unidos, e isso me parece um pouco sem sentido”.
A dirigente da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), que participa das atividades prévias à cúpula presidencial, declarou que o organismo regional da ONU vê “com muito otimismo” o processo de modernização da economia cubana.
A Cepal “acompanhou Cuba em seu processo de atualização do modelo econômico”, que está baseado em “313 medidas”, entre elas as destinadas a atrair o investimento estrangeiro, que a ilha requer para realizar reformas em seu atrasado aparelho produtivo, explicou.
“Cuba, contrariamente ao resto do continente, tem uma população muito educada, tem uma grande investimento em inovação e conhecimento”, e o que requer “é uma modernização de seu modelo produtivo, especialmente na área agroalimentar e industrial”.
A ilha tem uma necessidade de divisas “muito forte, porque importa ao ano US$ 2 bilhões de alimentos”, por isso precisa “que se aumente a produtividade, o que está sendo feito a partir de investimento estrangeiro direto, preservando os direitos dos trabalhadores”, assegurou Bárcena.
As “reformas” em Cuba estão acontecendo “com o horizonte de não se perder os lucros que o país teve em matéria social”, ressaltou a secretária-executiva da Cepal.
O governo de Raúl Castro efetuou reformas para “atualizar” a economia da ilha, e aprovou em outubro do ano passado uma “bolsa de oportunidades” para o investimento estrangeiro, com 246 projetos em diversos setores econômicos, e um montante conjunto estimado em mais de US$ 8 bilhões.
A inédita participação de Cuba na cúpula monopolizou grande parte do interesse do encontro, que poderá ser palco de um encontro de Castro e o presidente dos EUA, Barack Obama. EFE
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