Alta do PIB pode chegar a 3% em 2019 se novo governo fizer reformas, segundo economistas

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2018 12h01
Marcos Santos/USP Imagens Cédulas de real Para economistas, crescimento econômico depende de reformas e privatizações

Especialistas indicam que a economia brasileira poder ter crescimento superior a 3% no próximo ano, caso Jair Bolsonaro (PSL) consiga aprovar reformas – como a da Previdência – e acelerar privatizações. Entretanto, economistas têm dúvidas sobre a capacidade do presidente em obter apoio parlamentar e da sociedade para aprovar as medidas.

Chefe na MB Associados, Sérgio Vale prevê 2,2% de crescimento, considerando a incerteza sobre a mudança nas aposentadorias. “O calcanhar de Aquiles do Bolsonaro é a reforma da Previdência. Se ele conseguir passar uma reforma ampla e continuar micro reformas encaminhadas pelo governo Temer, teríamos chance de um crescimento forte ano que vem, acima de 3%”, avalia.

O cenário mais provável para 2019, no entendimento de especialistas, é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça entre 2% e 2,5% – projeção que coincide com a mediana do mercado apontada pelo Banco Central: 2,49%. “O ponto mais sensível do cenário do governo Bolsonaro é a questão da governabilidade”, alerta Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria Integrada.

Para a economista, o crescimento mais provável é de 2% para 2019, num cenário “moderadamente otimista” que é causado pela situação ruim das finanças públicas. Para essa estimativa, ela considera uma reforma previdenciária discreta, ausência de grandes privatizações e concessões e câmbio em R$ 3,65. Tudo isso deve permitir que o BC mantenha em 6,5% ao ano a taxa básica de juros (Selic).

Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, acredita que há espaço para o país crescer rapidamente, caso Bolsonaro consiga “desatar o nó” das contas públicas, reduzindo as dívidas e ajustando o rombo da Previdência. “Se conseguisse fazer isso, a economia poderia crescer de 3% a 3,5% em 2109. Mas não acho que isso vá acontecer”, diz.

Como não aposta em um cenário agressivo de privatizações (já que Caixa, Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras devem continuar na máquina brasileira), o cenário mais provável para Schwartsman é uma variação de 2% a 2,5% no PIB. O avanço mais forte em relação a 2018 pode ser motivado pela “lua-de-mel” que geralmente marca o início de governos, com avanço de consumo e juro baixo.

Economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall também prevê 3% de aumento no Produto Interno Bruto, mas admite que será difícil crescer tanto porque há uma lenta recuperação odo mercado de trabalho, apoiado em empregos informais e menores salários. Para ele, a mudança nas aposentadorias vai melhorar condições financeiras, “como queda dos juros” e “alta da Bolsa”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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