Após prisão de Carlos Ghosn, ações da Nissan caem 5,45%
As ações da montadora japonesa Nissan Motor fecharam em baixa de 5,45% nesta terça-feira (20) na Bolsa de Tóquio após a prisão de seu presidente e também CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o brasileiro Carlos Ghosn, por supostas irregularidades fiscais.
O preço das ações da Nissan caiu nesta terça-feira até 950,7 ienes, embora tenha chegado a situar-se em 940 ienes, 6,5% abaixo do valor do final da sessão anterior.
A cotação da montadora japonesa esteve suspensa nos primeiros minutos de negociação devido ao elevado volume de ofertas de venda.
A queda da bolsa da gigante japonesa da indústria automotora aconteceu depois que Ghosn foi detido ontem por uma suposta violação da legislação de instrumentos financeiros do país asiático que provocará, por enquanto, sua saída de cargo do presidente do grupo, uma medida que deve ser confirmada na quinta-feira.
A também japonesa Mitsubishi Motors, onde Ghosn ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração, emitiu um comunicado no qual indicou que, “já que a má conduta está relacionada com um problema de governança corporativa”, proporá à junta diretiva que também o afaste da sua posição.
A montadora acrescentou que abrirá sua própria investigação interna para saber se Ghosn “esteve envolvido em uma conduta indevida” similar dentro da companhia.
As ações da Mitsubishi também caíram hoje 6,85% mercado de ações japonês, após ter chegado a descer 7,8%.
Ghosn, de 64 anos, não teria declarado ao regulador da bolsa de Tóquio um total de 5 bilhões de ienes (US$ 44,4 milhões) das suas receitas nos últimos cinco anos, segundo revelaram à agência japonesa de notícias “Kyodo’ fontes da companhia, que, por enquanto, não ofereceu detalhes por se tratar de uma investigação ainda aberta.
A Nissan divulgou nota com esclarecimentos e afirmou que pretende retirar o brasileiro do cargo que ocupa como presidente do Conselho de Administração afirmando que ele declarou durante anos renda inferior ao valor real, segundo dados de resultados de investigação interna. “Numerosos outros atos de conduta errônea foram descobertos, como uso pessoal dos ativos da companhia. A Nissan está fornecendo informação aos promotores públicos do Japão e está cooperando com as investigações”, diz a nota da montadora japonesa.
Ghosn foi diretor da montadora em 1999, entre 2001 e 2017 foi presidente da Nissa e deixou o cargo para cuidar das parcerias com Renault e Mitsubishi. Apesar disso, continuou como presidente do Conselho na Nissan. Ghosn também é executivo-chefe da Renault na França.
Além do empresário franco-brasileiro, com vínculos diretivos com Nissan há quase duas décadas, também está envolvido nas irregularidades Greg Kelly, outro alto executivo do grupo.
As quedas na Bolsas de Tóquio da Nissan e da Mitsubishi se seguem à baixa de 8,43% protagonizada pelo grupo Renault em Paris.
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