Banco Central deve reagir a aumento da inflação por incerteza política, diz Campos Neto

Presidente do órgão apontou insegurança fiscal no cenário econômico do país; para controle inflacionário, BC pode aumentar a taxa de juros, que já se encontra no maior patamar em seis anos

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2022 17h37
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Fátima Meira / FUTURA PRESS / ESTADÃO CONTEÚDO Roberto Campos Neto com expressão séria e bandeira do Brasil ao fundo Roberto de Oliveira Campos Neto é o atual presidente do Banco Central do Brasil

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, participou nesta quarta-feira, 23, de uma palestra organizada pela BlackRock Brasil e, no local, afirmou que o órgão reagirá caso a incerteza política cause um aumento na inflação do país. Na visão do economista, há uma “incerteza fiscal” que exerce um “peso importante” na economia brasileira e, mesmo com sua crença de que a taxa inflacionária passará por um “ponto de inflexão [ou queda]”, o BC está pronto para agir em caso de descontrole fiscal. Uma das maiores preocupações econômicas passa pela tramitação da Proposta de Emenda à Constituição da Transição, que pretende autorizar o novo governo a gastar quase R$ 200 bilhões em benefícios sociais fora do teto de gastos. Sobre a PEC, Campos Neto pontuou que não comentaria especulações e que é necessário aguardar a aprovação do texto no Congresso Nacional após análise dos parlamentares. “É importante a gente ver o que que vai sair, o que significa isso em termos de trajetória de dívida, e obviamente faz parte da função do Banco Central reagir”. A principal arma para combater a inflação utilizada pelo Banco Central é o aumento na taxa de juros, que atualmente encontra-se no maior patamar em seis anos, com 13,75% ao ano. Com uma alta nos índices inflacionários, o BC eleva a Selic. Assim que a inflação alcança a meta definida pela equipe econômica do governo, o órgão pode optar por reduzir o juro básico.

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