Banco Central mantém taxa básica de juros em 6,50% ao ano
A decisão contrariou as expectativas de quase todos os economistas do mercado financeiro. De um total de 55 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, 53 esperavam um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic, para 6,25% ao ano. Apenas duas casas aguardavam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano.
Na reunião anterior do Copom, o colegiado havia sinalizado um novo corte moderado na Selic para este encontro. No comunicado que acompanhou a decisão de hoje, no entanto, a instituição afirmou que a evolução do cenário básico e, principalmente, do balanço de riscos tornou desnecessária uma flexibilização monetária adicional para mitigar o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas.
“Para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, acrescentou o Copom.
No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário de mercado – que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus -, o BC alterou sua projeção para o IPCA em 2018 de 3,8% para 3,6%. No caso de 2019, a expectativa foi de 4,1% para 3,9%. As projeções anteriores constaram no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de março. Esse cenário considera a Selic em 6,25% ao fim de 2018 e em 8,0% ao fim de 2019, com câmbio em US$ 3,40 no fim ambos os anos.
Dessa vez, o comunicado do Copom incluiu um novo cenário, com juros constantes em 6,50% e câmbio constante a R$ 3,60 (arredondamento da média dos últimos cinco dias úteis até sexta-feira passada). Nesse cenário as projeções para o IPCA situam-se em torno de 4,0% tanto para 2018 como para 2019.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta quarta-feira (16) que o recente ciclo de depreciação do real ante o dólar afeta o País e não só a companhia. “Eu creio que o Banco Central tem os instrumentos necessários. Certamente o Banco Central tem não apenas a competência reconhecida, mas também os meios para lidar com a excessiva volatilidade do mercado de câmbio”, destacou.
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