Banco Central eleva a 3% previsão de crescimento do PIB de 2023, mas reduz projeção para 2024

Banco Central revisa estimativas para crescimento do PIB brasileiro em 2023 e 2024, com aumento na agropecuária e serviços, e redução na indústria.

  • Por da Redação
  • 21/12/2023 11h43 - Atualizado em 21/12/2023 18h00
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Adriano Machado/Reuters Homem passa em frente ao prédio do Banco Central em Brasília Banco Central estima crescimento do PIB em 3% para este ano

O Banco Central divulgou nesta quinta-feira, 21, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 e 2024. O Relatório de Inflação disponibilizado pelo BC estima o crescimento de 3% para este ano, enquanto que para 2024 a projeção é de 1,7%. O BC mudou jogou a projeção de 2023 para cima por conta das estimativas otimistas para os setores de agropecuária e de serviços, que compensaram parcialmente a queda na previsão para a indústria. A estimativa de crescimento da agropecuária foi alterada de 13,0% para 15,5%, enquanto a projeção para o setor de serviços passou de 2,1% para 2,5%. Segundo o BC, a desaceleração do setor de serviços no terceiro trimestre foi menor do que o esperado, impulsionada por surpresas positivas nas áreas de intermediação financeira, serviços relacionados, atividades imobiliárias e aluguel. Essas atividades apresentaram crescimento igual ou superior a 1% no trimestre. Além disso, a revisão nas séries históricas elevou a variação interanual de serviços na primeira metade do ano, contribuindo para a alta na previsão de crescimento anual do setor terciário.

Por outro lado, a revisão da série histórica teve um efeito negativo na previsão de crescimento da indústria, resultando em uma redução de 0,4 ponto percentual na variação interanual do primeiro semestre. O desempenho da indústria extrativa foi pior do que o previsto, devido ao recuo na produção de minério de ferro e outros minerais, enquanto a construção apresentou uma queda acentuada em relação à previsão de estabilidade. Com isso, a previsão de crescimento do setor secundário foi revisada de 2,0% para 1,3%. Em relação aos componentes domésticos da demanda agregada, a estimativa para a variação da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi reduzida de -2,2% para -3,4%, enquanto a do consumo do governo passou de 1,8% para 1,3%. Já a previsão para o crescimento do consumo das famílias foi revisada para cima, de 2,8% para 3,5%. No que diz respeito ao comércio exterior, o Banco Central estima que as exportações devem variar 8,8% em 2023, enquanto as importações devem apresentar uma variação de -1,1%. Essas projeções representam uma revisão em relação às estimativas anteriores, refletindo mudanças nas séries históricas, surpresas no terceiro trimestre e os dados de comércio exterior até novembro.

Em resumo, as projeções do Banco Central indicam que a demanda interna e o setor externo devem contribuir, respectivamente, com 1,1 ponto percentual e 1,9 ponto percentual para o crescimento do PIB em 2023. Para 2024, a projeção de crescimento do PIB foi reduzida para 1,7%, mas o Banco Central ressalta que essa revisão não indica alterações significativas na expectativa para o ritmo de crescimento da atividade econômica ao longo do ano. A ligeira revisão para baixo na projeção de crescimento do PIB em 2024 reflete principalmente as estimativas mais baixas para a agropecuária e para a indústria, e uma leve alta na previsão para o setor de serviços.

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