BC tem condições de cumprir com a meta da inflação em 2023, diz Campos Neto

Para 2022, autoridade monetária indica o estouro do teto pelo segundo ano consecutivo

  • Por Jovem Pan
  • 24/03/2022 12h48
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Edu Andrade/Estadão Conteúdo Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que o país aprendeu a lidar melhor com a pandemia da Covid-19 Presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que entidade já mira ações em 2022

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 23, que a autoridade monetária reúne condições para manter a inflação dentro da meta em 2023. Para este ano, o BC enxerga que a variação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá estourar o teto máximo pelo segundo ano consecutivo. Segundo Campos Neto, os debates sobre a direção dos juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) já miram os efeitos no combate à inflação e na economia do ano que vem, a despeito do clima de incerteza gerado pelo conflito no Leste da Europa. “Falar de metas em 2022 faria pouco sentido. Quando olhamos 2023 e 2024, vemos a proximidade com as metas, mesmo no cenário com diversos choques consecutivos, e com o choque mais recente que foi o conflito. Acreditamos que temos instrumentos para cumprir a meta”, afirmou.

O BC elevou de 4,7% para 7,1% a estimativa da inflação em 2022, segundo o Relatório Trimestral da Inflação publicado pela autoridade monetária nesta manhã. Para 2023, a previsão aponta a desaceleração para 3,4%. Em um cenário alternativo e considerado de maior probabilidade, o IPCA encerraria o ano com avanço de 6,3%, passando para 3,1% no ano que vem. Nos dois casos, a inflação fica acima do teto da meta deste ano, com centro de 3,5% e limites de 2% e 5%. Caso se confirme, será o segundo ano seguido que a inflação passa do limite máximo estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Em 2021, o IPCA encerrou em 10,06%, quase o dobro do limite de 5,25%. Para 2023, a autoridade monetária deve perseguir meta de 3,25%, com limite mínimo de 1,75%,e máximo de 4,75%.

O chefe da autarquia confirmou que enxerga o fim do ciclo de alta de juros no próximo encontro do Copom, em maio, com a Selic em 12,75% ao ano após novo acréscimo de 1 ponto percentual. A indicação de proximidade da escalada já havia sido apontada na ata da reunião que elevou a taxa básica de 10,75% para 11,75%. O cenário incerto em meio ao conflito na Ucrânia pode mudar os planos e fazer com que a alta dos juros se estenda até o encontro agendado para junho. “Não é o movimento mais provável, como indicado na ata, mas estamos diante de uma cenário muito volátil e precisamos considerar diversas possibilidades”, afirmou.

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