Biocombustíveis produzidos a partir do óleo de palma são opções sustentáveis para substituir o poluente diesel S500 na Amazônia

No Norte do país, a empresa Brasil BioFuels produz combustível verde para geração de energia elétrica limpa em comunidades isoladas

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  • 01/12/2022 10h00 - Atualizado em 16/12/2022 12h50
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Imagens: Divulgação/Brasil BioFuels Cultivo da Palma de Óleo em São João da Baliza, Roraima Cultivo da palma de óleo em São João da Baliza, Roraima

Em significativa parte da região Norte do Brasil, o biodiesel feito a partir do óleo de palma é utilizado como combustível renovável para geração de energia elétrica limpa e também comercializado como uma opção sustentável para o abastecimento de veículos pesados. Tudo isso graças ao trabalho da Brasil BioFuels (BBF), que desde 2009 produz biodiesel a partir do óleo de palma em sua unidade de Ji-Paraná, em Rondônia. A usina possui capacidade de produzir mais de 64 milhões de litros de biodiesel anualmente. A BBF conta com a certificação RenovaBio — emitida pela ANP, órgão que regula o setor — e o selo Biocombustível Social, emitido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), pela inclusão e geração de renda aos agricultores familiares.

Óleo de palma utilizado como matéria-prima para produção do biodiesel da BBF

A BBF é uma empresa brasileira que atua no agronegócio sustentável, desde o cultivo da palma de óleo, trading, produção de biocombustíveis e geração de energia renovável. O trabalho, que segue um modelo verticalizado, começa no cultivo da palma, passa pela comercialização do óleo e pela produção de biocombustíveis até chegar na geração de energia renovável para moradores de localidades isoladas na Amazônia

Desde 2008, ano de sua fundação, a BBF assumiu a missão de mudar a matriz energética dos Sistemas Isolados do Norte do Brasil, empregando a população local — são mais de 6 mil empregos diretos e 18 mil indiretos —, gerando renda e reduzindo o custo da eletricidade para os nortistas. Essa mudança na matriz energética teve início com a substituição do óleo diesel fóssil, combustível altamente poluente, por biodiesel feito a partir do óleo de palma. Hoje, a empresa é a maior produtora de óleo de palma da América Latina e segue como protagonista na transição energética do país, desenvolvendo inéditos biocombustíveis de segunda geração que serão lançados em 2025 no Brasil.

O Grupo BBF se destaca como um dos maiores empregadores da região Norte do Brasil

Apesar de ter sido oficialmente fundada em 2008, a “semente” do que seria a BBF começou a ser plantada anos antes, por volta de 2003, quando a regulação dos Sistemas Isolados para geração de energia na região Norte entrou em pauta. O CEO da BBF, Milton Steagall, esteve envolvido nessa questão desde esse momento. Foi ele quem trouxe à tona a possibilidade de substituir o diesel fóssil pelo biodiesel de palma no setor elétrico, em um projeto que envolvesse ainda um programa para a inclusão da agricultura familiar dentro da região amazônica, em um modelo de produção com cultivo e originação de matéria-prima na região e, principalmente, que não dependesse de grandes investimentos do Estado para acontecer. A contribuição do executivo foi apreciada pelo Ministério de Minas e Energia e, mais tarde, culminou na criação de um grupo de trabalho que reunia, naquela época, 11 ministérios, a fim de cuidar dos passos regulatórios que o governo deveria dar para que o processo começasse. “Desse grupo, surgiram ações fundamentais: trazer o Sistema Isolado Elétrico para dentro do arcabouço jurídico da Aneel, que é a agência reguladora do setor, e o início do plantio de palma, que trouxe ainda um decreto do governo federal com o Zoneamento Agroecológico da Palma. Assim, tivemos segurança jurídica para avançar com a empresa”, relembra Steagall.

Milton Steagall, CEO do Grupo BBF, em São João da Baliza, Roraima, onde a empresa foi fundada em 2008

Grande parte dos municípios da região Norte do Brasil são atendidos pelos Sistemas Isolados para geração de energia elétrica à população. São áreas que, devido às razões geográficas e de preservação ambiental, não são conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de fornecimento de energia elétrica. No Brasil, são 212 localidades isoladas no país, com cerca de 760 mil clientes, a grande maioria localizados nos Estados da região Norte, segundo dados da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). E a BBF se destaca por ser uma das maiores geradoras de energia elétrica nos Sistemas Isolados, com 38 usinas termelétricas em seu portfólio, sendo 25 em operação e 13 em implantação. Atualmente, a BBF é a única empresa que opera 100% com biodiesel B100 em substituição ao diesel fóssil em escala comercial nos Sistemas Isolados.

Usina Termelétrica Híbrida da BBF, movida a biomassa e óleo vegetal, localizada em São João da Baliza, Roraima

Hoje, o Grupo BBF atua em três diferentes verticais de negócio: BBF Agro, BBF Biocombustíveis e BBF Energia, de forma a estar presente em toda a cadeia produtiva e, assim, garantir a eficiência das soluções propostas e dos produtos comercializados.

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Combustível eficiente, limpo e seguro 

O biodiesel é um combustível biodegradável produzido a partir de fontes renováveis, como os óleos vegetais e a gordura animal, que agrega benefícios nos campos econômico, socioambiental e político, e pode atender mercados que necessitam de combustíveis eficientes, limpos e seguros. É uma alternativa ao diesel tradicional, ou petrodiesel — combustível fóssil não-renovável e grande emissor de gases poluentes. 

O Brasil tem grande vocação para a produção de combustíveis verdes, desde o etanol até o biodiesel proveniente de plantas oleaginosas, como a palma de óleo, cultivada pela BBF na Amazônia. O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), elaborado em 2004, busca potencializar esse mercado e estimular a inclusão social em sua cadeia de produção. A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira se deu em 2005 e, após uma década, o mercado brasileiro já era o segundo maior do mundo. 

O Brasil tem grande vocação e potencial na produção de biocombustíveis

Em 2017, foi implementada a Política Nacional de Biocombustíveis (o RenovaBio), que entre as principais conquistas podemos elencar a contribuição para a criação de um mercado de carbono no país, com o Crédito de Descarbonização (CBIO), e a obrigatoriedade da mistura do biodiesel ao diesel, cujo percentual aumentou gradativamente. Hoje, a mistura homologada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) é de 10%, tornando a medida essencial para a maturidade da indústria do biodiesel no país nos últimos anos. Segundo o MME, a partir de abril de 2023 o percentual da mistura obrigatória do biodiesel no diesel fóssil para abastecimento de veículos poderá passar de 10% para 15%. A medida trará benefícios reais ao meio ambiente e ao mercado local.  “A vocação do Brasil é o combustível verde, e não os carros elétricos”, pontua o CEO da BBF. 

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a indústria nacional de biodiesel, sozinha, movimentou R$ 10,5 bilhões em 2021, o equivalente a 2% da atividade agroindustrial brasileira. Além disso, promoveu quase 20 mil empregos e contribuiu, indiretamente, para gerar um PIB de R$ 20,3 bilhões no último ano. O biodiesel evitou, somente em 2021, a emissão de 12,8 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, de acordo com relatório da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio). 

BBF Biocombustíveis 

A BBF produz biodiesel de óleo de palma em sua usina localizada em Ji-Paraná, Rondônia, e está construindo mais uma nova usina na Zona Franca de Manaus. A maior parte do biodiesel produzido pela BBF é utilizada como combustível limpo para a geração de energia elétrica nas operações da BBF presentes nos Sistemas Isolados da região Norte. A planta em Rondônia possui, atualmente, capacidade instalada de 64 milhões de litros ao ano para produção de biodiesel de óleo de palma, que contribui com a descarbonização da Floresta Amazônica e com a melhoria da qualidade de vida no Norte, oferecendo uma alternativa sustentável ao diesel S500 — combustível fóssil altamente poluente e ainda bastante utilizado na geração de eletricidade nas localidades isoladas da Amazônia. “A Amazônia está intoxicada pela queima do diesel fóssil usado no transporte e na geração de energia elétrica para as comunidades isoladas. A missão da BBF é limpar o pulmão da Amazônia com energia limpa e renovável”, explica Steagall. 

A BBF é pioneira no desenvolvimento de biocombustíveis produzidos a partir do óleo de palma

O diesel S500 contém alto teor de enxofre (500 mg/kg) e alto percentual de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), substâncias comprovadamente cancerígenas, além de contribuir para a ocorrência de chuvas ácidas na região amazônica. Por outro lado, o biodiesel de palma não contém enxofre, não emite substâncias cancerígenas e diminui de forma significativa a emissão de CO², oferecendo assim incontáveis benefícios ambientais, sociais e à saúde pública.

O fruto da palma de óleo cultivado pela BBF para produção de biocombustíveis na Região Amazônica

BBF é protagonista na inovação do setor de biocombustíveis 

Um dos principais expoentes da revolução dos biocombustíveis é o diesel verde (HVO), produto da segunda geração dos biocombustíveis, sendo uma inovação no setor e com grande potencial de crescimento. O diesel verde é um biocombustível 100% renovável que não necessita de qualquer tipo de mistura com combustíveis de origem fóssil e também sem a necessidade de qualquer adaptação nos motores dos veículos. É produzido por meio do processamento de matéria-prima renovável, como a palma de óleo. Já utilizado em países da Europa e nos Estados Unidos, o diesel verde é resultado de aprimoramentos tecnológicos para acompanhar as inovações veiculares, que requerem um combustível de melhor qualidade, com alta estabilidade e teores mínimos de poluentes. A vantagem do diesel verde é sua eficiência para solucionar o desafio da redução de emissões de gases poluentes.

Tão importante quanto eliminar o uso de diesel fóssil é desenvolver uma alternativa sustentável para o mercado de aviação, ainda carente no Brasil de soluções renováveis. O combustível sustentável de aviação (SAF) está despontando ao redor do mundo. A União Europeia estuda adotar obrigatoriedade de 2% de SAF, até 2025, em aviões partindo de aeroportos no seu território. O Reino Unido tem ambições maiores: chegar à obrigatoriedade de 10% até 2030. Os Estados Unidos vão além e anunciaram a meta de descarbonizar completamente o setor de aviação civil até 2050. De acordo com o planejamento do governo norte-americano, o país já produzirá 3 bilhões de galões de combustível de aviação sustentável em 2030. 

A BBF é pioneira no desenvolvimento do combustível sustentável de aviação (SAF) que será lançado em 2025 no Brasil

Aqui, no Brasil, o Grupo BBF se destaca pelo pioneirismo e protagonismo no desenvolvimento do diesel verde (HVO) e combustível sustentável de aviação (SAF), que serão produzidos a partir de 2025. Na Zona Franca de Manaus, a Brasil BioFuels está construindo a primeira biorrefinaria para produção dos inéditos biocombustíveis, com capacidade de produzir mais de 500 milhões de litros anualmente. A biorrefinaria em Manaus receberá investimentos na ordem de R$ 2,2 bilhões e o cultivo da palma de óleo, principal matéria-prima para produção dos biocombustíveis, será realizado em São João da Baliza (RR), cidade onde foi fundada a BBF.

O cultivo sustentável da empresa em Roraima tem como objetivo plantar mais de 100 mil hectares de palma de óleo até 2025, gerando mais de 12 mil empregos na região e contribuindo com o desenvolvimento socioeconômico do Estado. A BBF comprova que é possível unir desenvolvimento socioeconômico, geração de renda e preservação ambiental na produção de biocombustíveis e geração de energia elétrica limpa no Brasil. Saiba como a companhia vem diversificando seus negócios em www.brasilbiofuels.com.br.

Veja a entrevista de Milton Steagall no programa De Frente com o Touro

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