Bolsa da Rússia despenca 33% após invasão à Ucrânia; mercados caem em todo o mundo

Mercado na Alemanha cai 4%; clima de insegurança faz petróleo disparar 8% e superar os US$ 100 pela primeira vez desde 2014

  • Por Jovem Pan
  • 24/02/2022 11h40 - Atualizado em 24/02/2022 15h44
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Sergei SUPINSKY / AFP Soldados em uma calçada Soldados ucranianos em patrulha na capital Kiev

A invasão da Ucrânia por tropas russas nesta quinta-feira, 24, derrubou os mercados em todo o mundo e fez o principal indicador da Bolsa de Moscou fechar com tombo de 33%. O Moex chegou a cair quase 40%, mas recuperou parte do terreno antes do fim do pregão. A volta dos conflitos militares entre países na Europa derrubou os mercados ao redor do mundo. Na Alemanha — maior economia da União Europeia —, o DAX fechou com recuo de 4%, patamar semelhante ao francês CAC. O FTSE, referência no Reino Unido, caiu 3,8%. No outro lado do Atlântico, as Bolsas dos Estados Unidos também eram duramente penalizadas. O Dow Jones recuava 1,8%, enquanto o S&P registrava tombo de 0,7%. A Nasdaq, referência para as empresas de tecnologia, reverteu a queda e registrava alta de 0,6%. Na Ásia os negócios também fecharam no vermelho. O índice Nikkei, no Japão, encerrou com queda de 1,8%, enquanto a Bolsa de Shanghai caiu 1,7%.

O temor dos impactos na distribuição de petróleo em todo o mundo fez o barril tipo brent subir mais de 8%, cotado a US$ 104. É a maior cotação da commodity desde 2014. A Rússia é a maior produtora de petróleo na Europa e uma das líderes mundiais, e o agravamento da tensão faz disparar o risco de desabastecimento energético, o que deve pressionar ainda mais a inflação europeia, atualmente nos maiores níveis em décadas. A escalada do barril também deve impactar o mercado brasileiro. Como desde 2016 a Petrobras pratica a política de basear os seus preços no mercado externo, a alta da cotação pode trazer reajustes às refinadoras. Além das matrizes energéticas, o Leste europeu também é referência na produção de cereais, como milho e trigo. Com o conflito, a tendência é que haja uma corrida para estocar os produtos, o que também deve pressionar os preços e, consequentemente, a inflação.

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