Bolsonaro cita possível falta de fertilizantes de potássio com guerra na Ucrânia
Presidente voltou a defender a exploração de terras indígenas para diminuir a dependência da Rússia; país do Leste Europeu é o maior fornecedor de adubo ao agronegócio brasileiro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 2, que o Brasil pode sofrer com a falta de potássio por causa do confronto entre a Ucrânia e a Rússia. O material é fundamental para a produção de fertilizantes. Em uma sequência de postagens no Twitter, o chefe do Executivo defendeu a mineração em áreas indígenas para diminuir a dependência do comércio internacional. A Rússia é um dos principais produtores de potássio do mundo. A importação de fertilizantes e adubos correspondeu a 62% de todas as vendas russas ao Brasil no ano passado, totalizando US$ 3,5 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. “Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância”, escreveu.
Em outro trecho da postagem, Bolsonaro publicou um vídeo de 2016, quando, como deputado federal, defendeu a exploração do potássio em terras protegidas. “Em grande parte, a agricultura precisa do potássio, e somos totalmente dependentes da Rússia. Temos uma mina de potássio enorme na região do rio Madeira”, discursou em plenário. O tema voltou a ser questionado pelo presidente. “Citei 3 problemas: ambiental, indígena e a quem pertencia o direito exploratório na foz do Rio Madeira (existem jazidas também em outras regiões do país). Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, ‘permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas’. Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas”, afirmou.
– Nosso Projeto de Lei n° 191 de 2020, "permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas". Uma vez aprovado, resolve-se um desses problemas.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 2, 2022
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