Brasil cria 155 mil empregos formais em janeiro, 39% a menos do que há um ano

Mercado de trabalho apresenta reação após retração no fim de 2021; setor de serviços puxa geração de vagas com carteira assinada

  • Por Jovem Pan
  • 10/03/2022 09h52 - Atualizado em 10/03/2022 11h50
NELSON ALMEIDA / AFP Mulher preenchendo carteira de trabalho Mercado de trabalho registrou dados positivos em junho

O mercado de trabalho brasileiro criou 155,1 mil vagas formais ante demissões em janeiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência nesta quinta-feira, 10. O saldo é a diferença de 1,77 milhão de contratações e 1,62 milhão de demissões. O resultado mostrou a retomada de fôlego no mercado de trabalho após o saldo negativo de 281,7 mil registrado em dezembro, mas mostra queda de 39% na comparação com janeiro do ano passado, quado foram gerados 254,3 mil postos com carteira assinada. O saldo positivo foi registrado em todas as regiões brasileiras e em quatro dos cinco agrupamentos pesquisados pelo governo federal. O salário de admissão também está menor do que há um ano, passando de R$ 1.944,20 para R$ 1.920,59, queda de 1,2%.

A queda de quase 100 mil postos de trabalho no saldo em 12 meses foi justificada pelo cenário observado no início do ano passado com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que permitia a redução da jornada de trabalho, e a retomada da economia brasileira na esteira da crise gerada pela pandemia. “Foram dinâmicas muito particulares da retomada do emprego em um ambiente pós-Covid, e isso gerou ao longo de 2021 saldos extremamente positivos de uma economia que se mostrava em recuperação”, afirmou o secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcomo. A disparada dos casos de infecção por causa da variante Ômicron da Covid-19 no início do ano também repercutiu nos dados. “Seguramente impactou, mas não o suficiente para inverter de um saldo positivo para algo negativo”, disse o auxiliar da Pasta.

Em janeiro de 2022, o país registrou saldo de 40,8 milhões de empregos formais, acima dos 40,6 milhões em dezembro e dos 38,1 milhões no mesmo mês de 2021. O Brasil gerou 2,7 milhões de vagas em todo o ano passado. O governo federal prevê desaceleração para 2022, com acréscimo entre 1,5 milhão a 2 milhões de novos postos de trabalho. “Muita gente no mercado está dizendo que o Brasil vai gerar não mais do que um milhão de empregos esse ano. Vão quebrar a cara de novo”, afirmou o responsável pela Pasta, Onyx Lorenzoni.

O setor de serviços puxou a geração de empregos formais com 102 mil postos. O segmento foi o mais beneficiado pela reabertura econômica a partir da imunização contra a Covid-19 e concentra o maior mercado de trabalho do país. A indústria aparece na sequência, com 51,4 mil vagas. A construção civil apresentou novos 36,8 mil postos, enquanto a agricultura gerou 25 mil trabalhos formais. O setor de comércio foi o único que registrou saldo negativo, de 60 mil vagas com carteira assinada. Historicamente, o setor registra queda em janeiro por causa do encerramento de empregos temporários típicos do fim de ano. O Sul foi a região com o melhor índice ao registrar 58,7 mil vagas formais. O Sudeste aparece na segunda colocação, com 52,6 mil, enquanto o Centro-Oeste foi responsável por 33,8 mil novos postos. A região Nordeste registrou no primeiro mês 5,3 mil postos criados a mais do que fechados, enquanto o saldo do Norte ficou em 2,4 mil.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.