Campos Neto rebate Rodrigo Pacheco após cobrança por redução imediata dos juros

Em evento no Reino Unido, presidente do Banco Central defendeu ‘decisões técnicas sem viés político’ e relembrou autonomia da instituição

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2023 15h04
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Fátima Meira / FUTURA PRESS / ESTADÃO CONTEÚDO Roberto Campos Neto com expressão séria e bandeira do Brasil ao fundo Presidente do Banco Central vem sendo pressionado por membros do primeiro escalão do governo Lula 3, e por aliados do presidente, a reduzir a taxa Selic

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, rebateu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a respeito da redução da taxa de juros, a Selic. Durante apresentação em evento promovido pelo Grupo Lide, no Reino Unido, o presidente da instituição afirmou que o “timing” técnico do BC é diferente do político. “O Banco Central é um órgão técnico, que toma decisões baseadas em critérios técnicos e transparentes. O timing técnico é diferente do timing político, por isso que a autonomia [do Banco Central] é importante para dar à sociedade a garantia que temos funcionários técnicos, tomando decisões técnicas sem viés político“, disse nesta sexta-feira, 21. A declaração acontece um dia após o presidente do Congresso Nacional fazer um apelo público a Campos Neto em favor da redução “imediata” dos juros. “A inflação, meu caro Roberto Campos Netto, contida. Nossa moeda estável. Agora, nós precisamos crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”, argumentou Pacheco, também durante apresentação no evento em Londres.

Como a Jovem Pan mostrou, o presidente do Banco Central vem sendo pressionado por membros do primeiro escalão do governo Lula 3, e por aliados do presidente, a reduzir a taxa Selic. A avaliação do chefe do Executivo é que Campos Neto e o BC devem responder à sociedade e: “Qual a explicação de ter juros de 13,75%?”. “Por que esse cidadão, que não foi eleito para nada, acha que tem o poder de decidir as coisas e ainda dizer ‘eu vou pensar como posso ajudar o Brasil’?. Não tem que pensar como ajudar o Brasil, tem que pensar como reduzir a taxa de juros para que a economia volte a funcionar. Não é bravata minha porque não tenho interesse de brigar, esse país não posse ser refém de único homem”, afirmou Lula, em entrevista no mês passado, apontando casos de juros negativos em outros países, em razão do baixo crescimento da economia. “Quero que ele entenda que tem que se explicar ao povo brasileiro”, completou.

 

 

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