Carrefour deixa de vender produtos da PepsiCo na França devido a ‘preços inaceitáveis’

Decisão entra em vigor a partir desta quinta-feira e afeta produtos como o refrigerante Pepsi e as batatas fritas Lay’s

  • Por da Redação
  • 04/01/2024 15h30 - Atualizado em 05/01/2024 10h27
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Thomas Samson/AFP A entrada do hipermercado Carrefour é retratada em 29 de março de 2023, em Villeneuve-la-Garenne. Entrada do hipermercado Carrefour em Villeneuve-la-Garenne, na França

O Carrefour, uma das maiores redes de varejo da França, anunciou que não irá mais vender os produtos da PepsiCo em suas lojas em quatro países devido aos preços elevados. A decisão entra em vigor a partir desta quinta-feira, 4, e afeta produtos como o refrigerante Pepsi e as batatas fritas Lay’s. De acordo com um porta-voz do Carrefour, as prateleiras que antes eram ocupadas pelos produtos da PepsiCo, agora exibirão uma nota informando que a marca não está mais disponível devido aos aumentos de preços considerados “inaceitáveis”. Os países atingidos são: França, Itália, Espanha e Bélgica, e a decisão afeta mais de 9 mil lojas nos quatro países, totalizando dois terços da presença global do varejista de 14.348 lojas, segundo seu relatório anual. Essa não é a primeira vez que varejistas em diversos países tomam medidas semelhantes devido aos aumentos de preços praticados pela PepsiCo. No ano passado, empresas na Alemanha e na Bélgica também interromperam as encomendas dos produtos da marca. Essa estratégia faz parte das negociações de preços, que têm se tornado cada vez mais tensas. O Carrefour tem se destacado como um dos varejistas mais ativos em desafiar as grandes empresas de produtos de consumo e alimentos em relação aos preços.

Para combater a inflação, o governo francês solicitou aos varejistas e fornecedores que encerrem as negociações anuais de preços em janeiro, dois meses antes do habitual. Segundo dados preliminares da agência de estatísticas INSEE, os preços ao consumidor na França aumentaram 4,1% em dezembro em relação ao ano anterior. No entanto, a inflação anual de alimentos desacelerou de 7,7% para 7,1% em relação ao mês anterior. Diante desse cenário, o ministro francês das Finanças e da Economia, Bruno Le Maire, ameaçou impor impostos especiais às empresas de alimentos caso elas não repassem seus custos mais baixos para os consumidores. O objetivo é garantir que os consumidores não sejam afetados pelas altas contas de energia e que as empresas não obtenham lucros considerados “indevidos”. A PepsiCo, por sua vez, havia anunciado em outubro de 2023 que planejava aumentos “modestos” de preços em 2024, devido à demanda que se manteve mesmo após reajustes anteriores. Essa previsão de lucro foi aumentada pela terceira vez consecutiva.

 

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