Com guerra na Ucrânia, Brasil deve mostrar que é porto seguro para investidores, diz auxiliar de Guedes

Ao comentar alta de 4,6% do PIB em 2021, Adolfo Sachsida ressaltou necessidade de acelerar a agenda de reformas e privatizações

  • Por Jovem Pan
  • 04/03/2022 12h12
FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Homem sentado em uma mesa Adolfo Sachsida afirmou que país deve se preparar para abrigar a fuga de capitais do Leste Europeu

Com o recente conflito no Leste Europeu, o Brasil deve acelerar a agenda de reformas e privatizações para mostrar aos investidores internacionais que é um porto seguro, afirmou o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, nesta sexta-feira, 4. Ao comentar os efeitos da invasão da Ucrânia por tropas russas, o auxiliar do ministro Paulo Guedes ressaltou que o conflito armado não traz benefícios para ninguém, mas disse que o Brasil deve se preparar para acomodar a fuga de capitais prevista com a instabilidade na região. “Não sabemos a extensão que tomará esse conflito, mas o que podemos fazer é melhorar e fortalecer os nossos mercados de capitais e crédito. Com esses mercados mais sólidos, mostraremos ao resto do mundo que o Brasil é um porto seguro nesse momento”, afirmou.

Mais cedo, a Secretaria de Política Econômica (SPE), divulgou nota citando como fundamental a aprovação pelo Congresso do novo marco de garantias, a medida provisória de registros públicos e o projeto de lei de debêntures incentivadas. Na agenda de privatizações, a pasta destacou as vendas da Eletrobras e dos Correios ainda no primeiro semestre deste ano. Segundo Sachsida, a recente viagem de Guedes aos Estados Unidos foi uma forma de mostrar aos investidores estrangeiros os potenciais do Brasil para negócios. “Somos um mercado onde o investimento privado é muito bem acolhido e oferecemos toda a segurança jurídica”, afirmou.

As declarações foram dadas em uma coletiva virtual para comentar o avanço de 4,6% da economia brasileira em 2021, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã. Apesar de o desempenho vir abaixo da alta de 5,1% esperada pelo Ministério da Economia, Sachsida afirmou que o resultado não pode ser visto como frustrante diante dos choques que as economias brasileira e global sofreram no ano passado. O auxiliar de Guedes evitou comentar as expectativas para o PIB deste ano, mas afirmou que o resultado deve ser melhor que o avanço de 0,3% previsto pelo mercado. “Estamos saindo de uma base que pode não ser excelente, mas é bastante positiva”, disse. De acordo com o membro da equipe econômica, a manutenção do crescimento será liderada pelos investimentos privados previstos para os próximos meses e a recuperação do mercado de trabalho. As novas previsões do governo para a economia serão divulgadas no Boletim Macrofiscal em duas semanas.

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