Com vacinação, setor de serviços lidera retomada da economia em 2021
Atividade é a principal responsável pelo PIB e possui o maior mercado de trabalho; agronegócio perde protagonismo e registra a primeira queda em cinco anos
O setor de serviços registrou avanço de 4,7% e puxou a recuperação da economia brasileira em 2021, segundo dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados nesta sexta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor, responsável pela maior fatia das atividades econômicas e principal empregador, foi o mais beneficiado pela queda das medidas de restrição em meio ao avanço da imunização contra a Covid-19. A alta no ano passado superou o tombo de 4,3% de 2020 e representou o melhor desempenho desde 2010, quando houve crescimento de 5,8%. O levantamento do IBGE mostrou que todas as categorias do setor de serviços registraram avanço. “Essa atividade já vinha crescendo antes da pandemia, mas com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
No caminho oposto, o agronegócio registrou queda de 0,2%, o pior desempenho desde 2016, quando a produção rural retraiu de 5,2%. A economia do campo é vista há décadas como a “locomotiva” do PIB por garantir o crescimento das atividades, ou ao menos evitar queda mais acentuada. O setor agrícola foi severamente prejudicado no ano passado, principalmente a partir do segundo semestre, com condições climáticas adversas, que inclui a pior seca em quase um século até o excesso de chuva, geadas e temperaturas negativas. “Apesar do crescimento anual da produção de soja (11,0%), culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como a cana-de-açúcar (-10,1%), o milho (-15,0%) e o café (-21,1%). O baixo desempenho da pecuária é explicado, principalmente, pela queda nas estimativas de produção dos bovinos e de leite”, afirma Palis.
A economia brasileira avançou 4,6% em 2021 e superou as perdas causadas pela pandemia da Covid-19. Este foi o melhor desempenho para as atividades econômicas desde 2010, quando houve crescimento de 7,5%. O resultado supera o tombo de 3,9% registrado em 2020 com os impactos positivos da vacinação contra o novo coronavírus na retomada da economia. No ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 8,7 trilhões. No quarto trimestre, o PIB registrou alta de 0,5%, ante queda de 0,1% nos três meses anteriores. Em paralelo aos três últimos meses de 2020, a economia registrou crescimento de 1,6%. O resultado veio abaixo do projetado pelo Ministério da Economia, que esperava crescimento de 5,1%. Já as previsões do Banco Central (BC) indicavam aumento de 4,4%. O Índice de Atividades Econômicas (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, apontou crescimento de 4,5% em 2021, o mesmo valor projetado pelo mercado financeiro, segundo a previsão do Boletim Focus, a pesquisa semanal feita pelo BC com mais de uma centena de instituições financeiras.
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