Comércio vai ter desempenho melhor do que teve em 2017, diz economista

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2018 16h41
Joel Vargas/PMPA "Os dados do IBGE reafirmam esse processo de retomada da economia", afirmou Fabio Bentes

Nesta sexta-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados sobre as vendas do comércio varejista no último mês de março. Segundo os números, houve um aumento de 0,3% ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, e de 6,5% na comparação com março de 2017, sem ajuste sazonal.

Ainda de acordo com o instituto, as vendas subiram em cinco das oito atividades pesquisadas, sendo que a maior alta foi observada nas vendas de combustíveis e lubrificantes, que avançaram 1,4%.

“Os dados reafirmam esse processo de retomada da economia. Esse ano, o comércio vai ter um desempenho melhor do que teve no ano passado. Em 2017, o comércio cresceu 4% se considerarmos os dez segmentos do varejo. Esse ano, considerando as mesmas dez atividades, estamos projetando uma alta de 5,4%. Sabemos que o País se encontra em uma posição favorável para o consumo, do ponto de vista econômico, com os juros em pisos históricos e a inflação baixa. Então, as condições são favoráveis para que o comércio continue nesse ritmo de recuperação”, afirmou Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio, em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

“Nesse processo de recuperação, destaco dois setores importantes: automotivo, que teve alta de 2,9% em relação a fevereiro, e o de combustíveis e lubrificantes, que vinha sofrendo com os reajustes de preços da Petrobras e conseguiu interromper uma sequência de quatro meses de queda. Um outro setor que deu sinal de vida foi o de hiper e supermercados. Quando a gente compara com março de 2017, alta foi de mais de 12%. Se considerarmos esses três segmentos, estamos falando de mais da metade do varejo confirmando um processo de recuperação ao final do primeiro trimestre”, apontou.

Para Fabio, a recuperação do setor poderia ser ainda maior se os números do primeiro bimestre de 2018 tivessem ajudado: “é como se começássemos a corrida um pouco antes da linha de largada”. Além disso, ele ainda apontou que emprego e crédito são duas variáveis importantes para a concretização desta retomada do comércio.

“Temos visto a taxa de desemprego recuando, mas muito lentamente. Isso é ruim porque o emprego é o que dá lastro para o consumo no Brasil, principalmente se considerarmos que os juros são caros. Então, as pessoas só vão entrar nas lojas para consumir se tiverem a certeza que terão emprego no futuro. E o crédito, embora a Selic esteja baixa, o spread ainda é muito elevado no País. Então, o consumidor demora a perceber uma melhoria. Os juros também caíram em relação a 2017, mas no cálculo de uma prestação para a compra de um eletrodoméstico, de um automóvel, a diferença ainda é muito pequena. Ainda é muito caro consumir a prazo no Brasil. Existe melhora a curto prazo, mas é preciso atacar alguns problemas estruturais”, finalizou o economista.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.