Congresso deve voltar a discutir reforma tributária após eleições na Câmara e no Senado, diz Haddad
Em debate sobre o rumo da reindustrialização do país, o ministro indicou que a votação é de interesse de todos os Estados e que o assunto deve ser retomado assim que as novas comissões sejam estruturadas
Durante reunião com a diretoria da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a votação da reforma tributária deve voltar a ser um tema central da agenda do governo em breve. Debatendo o rumo da reindustrialização do país, ele afirmou que a pauta é de interesse de todos os Estados e que, assim que forem formadas as mesas e comissões do Congresso Nacional, o assunto poderá ser discutido e levado a votação. “As desonerações feitas no ano passado afetaram dramaticamente as finanças estaduais. Esse é um tema que está preocupando muito os governadores, e eu fiquei incumbido de encontrar uma solução para o problema, mas também para pensar no futuro. Da mesma maneira que eu ouço de você o apoio para que o governo protagonize no Congresso Nacional a reforma tributária, nós ouvimos isso dos 27 governadores. Uma ou outra exceção faz alguma ponderação ou reserva. Mas todos já, desde o ano passado, se manifestaram, inclusive publicamente e formalmente, a favor da votação da reforma, que só não foi votada no ano passado porque ainda se insistia com a agenda da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira]. Isso acabou criando obstáculos para a votação da reforma, que ainda ia carecer de cuidados em função de algumas suscetibilidades setoriais para as quais nós teremos resposta assim que o Congresso voltar a abraçar o tema, o que eu entendo que vai acontecer depois das eleições das mesas e das comissões, tanto na Câmara quanto no Senado. Por tudo que eu tenho visto, tanto internamente como externamente, de governadores, deputadores, senadores, investidores, vejo uma oportunidade se abrir mais uma vez”, declarou.
Haddad ainda afirmou que enxerga grandes oportunidades no Brasil do ponto de vista econômico. De acordo com ele, o país tem atraído mais atenção internacional com a entrada de capital estrangeiro só aumentando. “Eu vejo uma enorme oportunidade, primeiro na agenda fiscal, que vem a ser aprovar a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, que já vai pacificar o Brasil em um front delicado. A pressão é diária em relação a isso, fora o terrorismo que também acontece. A gente tem que sair dessa agenda de curtíssimo prazo, tentar nos livrar um pouco dos movimentos táticos que são necessários e ir para uma visão estratégia do desenvolvimento, que o Brasil não tem há muito tempo”, ponderou. O ministro também defendeu reformas no sistema de crédito no Brasil, maior atenção às áreas de educação, ciência e tecnologia e um investimento na questão regulatória para ajudar na reindustrialização do país a partir da transição de matriz energética.
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