Contas públicas registram déficit de R$ 35,9 bilhões em julho, segundo pior resultado para o mês na série histórica

Desempenho também foi pior do que o antecipado pela Pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que estimava uma baixa de R$ 6 bilhões; gastos com Previdência Social foram os que mais influenciaram

  • Por Jovem Pan
  • 30/08/2023 18h22 - Atualizado em 30/08/2023 18h23
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Marcello Casal Jr./Agência Brasil Cédulas de real desfocadas No acumulado dos últimos doze meses, houve déficit de R$ 97 bilhões, o equivalente a 0,95% do PIB

O governo federal registrou um déficit primário de R$ 35,9 bilhões em julho, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira, 30. O desempenho representa o segundo pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em 1997, perdendo apenas para julho de 2020, quando houve rombo de R$ 109,6 bilhões por conta da pandemia de Covid-19. Os dados também ficaram aquém da mediana das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Fazenda, que indicava um déficit de R$ 6 bilhões. O Tesouro Nacional e o Banco Central foram superávitários em R$ 7,1 bilhões, enquanto a Previdência Social apresentou déficit primário de R$ 43,1 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, houve déficit de R$ 97 bilhões, o equivalente a 0,95% do Produto Interno Bruto (PIB). O desempenho foi resultado de uma perda de R$ 14,4 bilhões na receita total, o que representa 6,9% do total.

A baixa foi puxada por perdas arrecadatórias no Imposto sobre a Renda, na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, em Dividendos e Participações e com a exploração de recursos naturais. De acordo com o Ministério da Fazenda, as quedas podem ser explicadas pela redução do recebimento de dividendos e juros sobre o capital próprio da Petrobras e a queda do preço internacional do barril de petróleo ao longo de 2023. No acumulado do ano, a receita total diminuiu R$ 77 bilhões, cerca de 5,3% em relação ao mesmo período de 2022.

Além disso, houve aumento da despesa total durante julho. Os gastos cresceram 31,3%, o que representa 46,8 bilhões, puxados por pagamentos com benefícios previdenciários, abono e seguro desemprego e apoio financeiro a Estados e Municípios. No acumulado do ano, a despesa total subiu 8,7%, aumentando R$ 94,3 bilhões. O crescimento de gastos pode ser explicado pelo calendário de pagamento do 13º salário de inativos e pensionistas e pelo aumento do benefício do Bolsa Família e do Auxílio Brasil.

 

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