Copom deve cortar um ponto da taxa de juros nesta quarta, derrubando a poupança

  • 06/09/2017 09h13

Assim como no comunicado Marcelo Camargo/ Agência Brasil Decisão deve ser divulgada no final da tarde desta quarta-feira; entenda as consequências

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou na terça-feira (6) a reunião de dois dias que vai definir o novo nível da Selic (a taxa básica de juros da economia), atualmente em 9,25% ao ano. Com os índices de inflação acomodados e a atividade ainda em marcha lenta, a expectativa dos economistas do mercado é de mais um corte de 1 ponto porcentual da taxa, para 8,25% ao ano.

Entre 54 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam por um corte desta magnitude nesta quarta-feira, quando termina o encontro do Copom. A última previsão do relatório Focus do Banco Central com instituições financeiras também apontou a mesma previsão. Os 8,25% para a Selic, se confirmados, representarão a menor taxa de juros desde julho de 2013, quando estava em 8% ao ano.

A decisão do BC será anunciada por volta das 18h desta quarta (6), após o fechamento do mercado financeiro.

Poupança

O corte de 1 ponto porcentual da Selic vai disparar o gatilho de mudança na remuneração das cadernetas de poupança. Pelas regras atuais, quando a Selic for igual ou menor que 8,5% ao ano, a remuneração da poupança corresponde a 70% da taxa básica. Com a Selic acima de 8,50% – o que se vê até agora -, a poupança é corrigida pela taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês.

O mecanismo que vincula a poupança à Selic não é utilizado desde o segundo semestre de 2013. Criado durante o governo de Dilma Rousseff , essa regra serve para evitar a transferência em massa de recursos atualmente aplicados em fundos de renda fixa para a caderneta. Isso foi feito porque a queda da Selic torna estes fundos menos atrativos que a poupança. Uma migração poderia quebrar a indústria de fundos.

Nos comunicados mais recentes do Banco Central, as sinalizações também foram no sentido de continuidade no ritmo de corte da Selic, de 1 ponto porcentual. Porém, as preocupações em torno do andamento das reformas no Congresso – em especial, a da previdência – ainda permanecem.

Juros Longos

Os juros futuros fecharam entre a queda e a estabilidade nesta terça-feira, 5, refletindo o compasso de espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, 6, a melhora na expectativa de avanço das reformas após a reviravolta no caso das delações de executivos da J&F e a perspectiva positiva para as votações previstas para esta terça no Congresso – Taxa de Longo Prazo (TLP) e mudança das metas fiscais.

Ao final da sessão regular, a taxa do contrato para janeiro de 2018 (231.660 contratos), o que melhor reflete as expectativas para a Selic até o final do ano, fechou em 7,740%, de 7,760% no ajuste de segunda-feira; a taxa do DI para janeiro de 2019 (533 315 contratos) caiu de 7,81% para 7,79%; e a do DI para janeiro de 2021 (266.705 contratos) fechou na mínima de 9,07%, de 9,20% no ajuste de segunda. A taxa do DI janeiro de 2025 (61.040 contratos) terminou em 10,01%, de 10,14%.

Os contratos de curto e médio prazos terminaram perto dos ajustes de segunda-feira. Com a aposta de corte da Selic em 1 ponto porcentual na reunião do Copom de quarta, o mercado aguarda o comunicado, que poderá dar pistas sobre a estratégia do Banco Central em relação aos próximos passos do ciclo de distensão monetária que, no entender dos investidores, se aproxima do fim.

TLP

O Plenário aprovou nesta terça-feira (5) a medida provisória (MP) 777/2017, que eleva a taxa de juros para novos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O texto cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) a partir de 1º de janeiro de 2018.

A MP 777/2017 aproxima os juros do BNDES às taxas cobradas pelos bancos privados em financiamentos de longo prazo. A TLP será calculada com base em juros de mercado, mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Qual a importância da TLP para a política de juros? Vai ajudar a diminuir a Selic?

A TLP é extremamente importante para a política de juros. Aumentará a capacidade do Banco Central de combater a inflação e controlá-la com juros menores. Hoje, o crédito que é relacionado à TJLP não afetado pela mudança na Selic.

Os críticos alegam que os investimentos ficarão mais caros.

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