Depoimento de advogado expõe falhas em contratos do INSS e pressiona órgãos de controle

Segundo Eli Cohen, o esquema envolvia falsificação de documentos, uso de intermediários e fragilidades na celebração de acordos entre o INSS e entidades parceiras

  • Por Uanabia Mariano
  • 02/09/2025 19h21 - Atualizado em 02/09/2025 19h22
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Reprodução/ Agência Senado Eli Cohen Advogado detalhou fraudes em descontos indevidos e senador Izalci Lucas questionou seletividade nas investigações durante reunião da CPMI

Na quarta reunião da CPMI do INSS, realizada nesta quarta-feira (quatro), o advogado Eli Cohen — responsável pelas primeiras denúncias sobre o esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários — apresentou novos detalhes sobre o funcionamento das fraudes.

Segundo Cohen, o esquema envolvia falsificação de documentos, uso de intermediários e fragilidades na celebração de acordos entre o INSS e entidades parceiras. Ele ressaltou que práticas irregulares persistiram mesmo após alertas iniciais. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) destacou a necessidade de aprofundar a apuração, citando o programa Meu INSS Vale+, operado de forma exclusiva pela plataforma PicPay. O parlamentar lembrou que a iniciativa previa antecipações sem juros, mas passou a cobrar taxas e juros considerados elevados.

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“A cobrança de taxas indevidas e a posterior suspensão do programa após operação da Polícia Federal não sugerem má-fé ou conivência na gestão pública?”, questionou Izalci. Outro ponto levantado pelo senador foi a manutenção de acordos com entidades sindicais, como Contag e Sindnapi, mesmo após indícios de irregularidades. “Haveria seletividade nas investigações por parte dos órgãos de controle?”, indagou. Cohen respondeu que havia incoerência na exclusão dessas entidades de medidas de bloqueio.

Paralelamente, a CPMI aprovou por unanimidade o envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) de um pedido de prisão preventiva contra vinte e um investigados. A comissão seguirá com novas oitivas e análise de documentos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Considerado um dos maiores esquemas já apurados no âmbito previdenciário, o caso pode ter causado prejuízos bilionários aos aposentados e pensionistas afetados pelos descontos irregulares.

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