Dólar abre junho em alta e vai a R$ 5,38
O mercado de câmbio começou junho agitado, após alguns dias de relativa calmaria no final de maio. Com o real na contramão de outras moedas emergentes, que ganharam força perante o dólar, o Banco Central fez na parte da tarde desta segunda-feira (1º) dois leilões de dólares à vista, tipo de operação que não fazia desde o dia 14 do mês recém-terminado, mesmo dia em que a moeda americana bateu em R$ 5,97.
Profissionais de câmbio relatam que o cenário político conturbado segue pesando, provocando saída de capital estrangeiro do Brasil. O dólar à vista fechou em alta de 0,93%, a R$ 5,3884. No mercado futuro, o dólar para julho fechou em R$ 5,3750 (+0,59%).
Em dois leilões na tarde desta segunda, o BC vendeu US$ 530 milhões, ambos no mercado à vista. Com isso, o dólar fechou abaixo das máximas do dia, a R$ 5,42. A última intervenção do BC oferecendo recursos novos ao mercado foi em 19 de maio, com oferta de swap cambial. Desde então, tem se concentrado em operações de rolagens de swap e de linha.
Nesta segunda, durante audiência pública virtual, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que o câmbio é flutuante e que a autarquia realiza intervenções quando há “gap (lacuna) de liquidez”. Na mesma audiência, alertou que a atividade pode encolher mais que o previsto este ano.
O economista e operador da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, avalia que o dia até começou bem, mas a permanente tensão entre Estados Unidos e China e, no mercado doméstico, os conflitos entre os poderes, principalmente entre Executivo e Judiciário, ajudaram a pressionar o câmbio.
Mas nesta segunda nem dados positivos da balança comercial de maio ajudaram a animar o câmbio, com superávit de US$ 4,548 bilhões, queda de 19% ante igual mês de 2019, mas um pouco acima do esperado pelo mercado, que previa US$ 4,4 bilhões, de acordo mediana das estimativas captadas pelo Projeções Broadcast.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.