Dólar fecha em alta a R$ 4,93 com incertezas econômicas nos EUA

Presidente do Fed chamou atenção para os riscos e o alto nível de desemprego

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2020 18h29 - Atualizado em 10/06/2020 18h33
Willian Moreira/Estadão Conteúdo Mão segura duas cédulas de US$ 1 Recuo da atividade no segundo trimestre deve ser o maior já registrado nos Estados Unidos

O dólar teve um dia volátil nesta quarta-feira (10) mas fechou em alta em meio às declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que chamou atenção para os riscos e o nível ainda alto de incerteza sobre os rumos da atividade econômica.

O dirigente declarou que o relatório de emprego americano, que animou os mercados desde a última sexta-feira (5), ao mostrar forte criação de vagas, subestimou a taxa de desemprego americana em 3% e que o recuo da atividade no segundo trimestre deve ser o maior já registrado. Com isso, o dólar ganhou força no exterior e, no mercado doméstico, renovou as máximas do dia, batendo em R$ 4,96.

O dólar à vista terminou em alta de 0,97%, cotado em R$ 4,9355. No mercado futuro, a moeda americana para julho era negociado em R$ 4,9755, com valorização de 1,42% às 17h30.

Os economistas não esperavam anúncio de novos estímulos econômicos pelo Fed, como acabou ocorrendo. Os dirigentes sinalizaram que os juros vão continuar nos níveis atuais até pelo menos 2022. Com a divulgação do comunicado da reunião, o dólar chegou a cair para o nível de R$ 4,88, mas o movimento durou somente até o início da entrevista de Powell. Na coletiva, ele também se comprometeu em manter os estímulos por um longo período, mas alertou que uma recuperação completa da atividade só virá quando as pessoas se sentirem seguras do ponto de vista de saúde.

Para a economista-chefe da consultoria americana High Frequency Economics (HFE), Rubeela Farooqi, Powell sinalizou que o Fed vai continuar fazendo tudo o que for preciso para apoiar a economia, mas ao mesmo tempo chamou atenção para o fato da surpresa com o relatório de emprego de maio ser um sinalizador claro do nível de incerteza que paira sobre a economia. Wall Street esperava fechamento de 8,5 milhões de postos de emprego no mês passado, mas o documento mostrou criação de 2,5 milhões de vagas.

Na avaliação da analista de moedas do Commezbank, You-Na Park-Heger, o real se beneficiou significativamente da melhora recente do sentimento no mercado financeiro internacional, que se intensificou após a divulgação do relatório de emprego dos EUA. No entanto, além de pairarem dúvidas sobre a retomada da atividade nos diversos países, o noticiário doméstico permanece preocupante.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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