Dólar cai 7,6% em março e tem a maior desvalorização mensal desde outubro de 2018

Mercados reagem à queda do petróleo após os EUA anunciarem a liberação 1 milhão de barris por dia para conter alta dos preços

  • Por Jovem Pan
  • 31/03/2022 17h36
Paulo Guereta/Zimel Press/Estadão Conteúdo - 24/03/2022 Notas de dólar sobrepostas e, no fundo, a base de um notebook Dólar fecha o dia em queda com anúncio de liberação de petróleo pelos EUA

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam em alta nesta quinta-feira, 31, com o clima internacional de forte queda do petróleo após os Estados Unidos anunciarem a liberação de parte das suas reservas de emergência para barrar a recente disparada da commodity. Na pauta interna, investidores acompanham as mudanças no xadrez político para as eleições de 2022 e o recuo da taxa de desemprego no trimestre encerrado em fevereiro. O dólar fechou com queda de 0,54%, cotado a R$ 4,761. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 4,797, enquanto a mínima não passou de R$ 4,723. O resultado faz o câmbio ter redução de 7,6% em março, a maior desvalorização mensal desde outubro de 2018 (-8%). Desde o início de 2021, o dólar cedeu 14,6%. Impactado pelo clima negativo no mercado internacional, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com queda de 0,2%, aos 119.999 pontos. Com o resultado, o pregão teve queda de 6% no mês e 14,5% na prévia do ano. 

A cotação do petróleo mergulhou nesta quinta-feira após notícias de que os EUA iriam colocar parte da sua reserva de emergência no mercado para frear a recente valorização da commodity. Segundo o governo de Joe Biden, serão liberados 1 milhão de barris por dia pelos próximos seis meses. A notícia fez o preço do tipo Brent, referência para o mercado global, retrair 5,4%, a US$ 107. O WTI, base do mercado dos EUA, recuou 6%, a US$ 101. A cotação do petróleo atravessou forte volatilidade desde o início da guerra no Leste Europeu e a determinação de embargos à Rússia. O país é o segundo maior exportador da commodity no mundo, e o mercado temia pelo possível desabastecimento global por causa dos embargos.

Na cena doméstica, investidores acompanharam as mudanças no quadro eleitoral para 2022. O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro anunciou a sua filiação ao União Brasil e abriu mão de disputar a presidência da República. O anúncio ocorreu horas após informações indicarem que o governador João Doria iria desistir da corrida eleitoral ao Palácio do Planalto pelo PSDB. Horas depois, a informação foi desmentida pelo governador em evento com prefeitos. Ainda no cenário local, a taxa de desemprego recuou para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro, abaixo do índice de 11,6% registrado entre setembro e novembro. É o menor patamar para o período encerrado em fevereiro desde 2016. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o Brasil soma 12 milhões de pessoas em busca de emprego.

 

 

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