Dólar cai a R$ 4,15, mas sobe 1,64% na semana

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2019 19h36
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar sobre fundo branco Dólar volta ao patamar de R$ 4,65 com temor internacional

O noticiário externo trouxe volatilidade ao mercado cambial nesta sexta-feira (20) que teve início com as mesas de câmbio ainda repercutindo o corte de juros do Banco Central. No mercado à vista, o dólar chegou a subir a R$ 4,18 e a caia R$ 4,14,  repercutindo notícias da imprensa americana de que a China cancelou visitaa fazendaamericanas, o que aumentou o temor sobre as negociações comerciais com a Casa Branca, e também com a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco centraamericano) de prosseguir na semana que vem com as recompras bilionárias de títulos para dar liquidez ao sistema americano.

dólar à vista fechou em baixa de 0,22%, a R$ 4,1537. Na semana, o dólar teve valorização de 1,64%. Nas últimas dez semanas, a moeda americana subiu em oito delas.

Operadores relataram que nesta sexta estrangeiros fizeram reforço importante de posições compradas no mercado futuro de câmbio, que ganham com a alta do dólar. Os relatos são de que dois grandes bancos americanos montaram posição comprada de 22 mil contratos na B3, o equivalente a US$ 1,2 bilhão, nesta sexta-feira. Os números oficiais das operações só serão conhecidos na segunda-feira (23).

O chefe para mercados emergentes da gestora Abeerden Standard Investments, Edwin Gutierrez, ressalta que muitos investidores estão fazendo apostas na bolsa brasileira e protegem a operação com posições compradas em dólar no mercado futuro, por isso, pressionam o real. Para ele, um dos fatores que podem tiraa pressão no câmbio é a entrada de maior fluxo externo, mas isso só vaacontecer quando as privatizações e concessões começarem a decolar, o que deve ocorrer em 2020.

No final da tarde, o dólar passou a cair em ritmo um pouco mais forte. Segundo o operador da CM Capital Markets, Thiago Silêncio, o movimento foi uma correção dos exageros de mais cedo, quando o dólar bateu em R$ 4,1860, a máxima do dia. Desde quinta, havia a expectativa de se o BC poderia entrar no mercado para acalmar os agentes, que não esperavam ritmo tão forte de queda de juros como passou a ser o cenário pós-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para Silêncio, este será um ponto a ser monitorado na semana que vem.

Nos EUAa unidade de Nova York do Fed informou que fará uma série de operações de acordos de recompra de títulos de curto prazo (overnight) e a termo para ajudaa manter a taxa dos Fed Funds dentro da faixa estipulada pela instituição. Serão colocadas três operações a termo de ao menos US$ 30 bilhões cadaalém das ofertas diárias de operações de recompra overnight de ao menos US$ 75 bilhões cadaaté dia 10 de outubro.

A operação do Fed, na práticaaumenta a liquidez do mercado e pode significar mais recursos para o Brasil. Mas com a redução de juros, o mercado ficou menos atrativo para este investidor, relata um diretor de tesouraria.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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