Dólar cai a R$ 4,94 com alta do petróleo no radar; Bolsa sobe
Sinais de embargo da Europa aos barris produzidos na Rússia pressionam mercado internacional e cotação volta ao patamar de US$ 114
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta segunda-feira, 21, em reflexo à nova escalada do barril de petróleo após indicações de que países da Europa também devem impor embargos à commodity russa. A valorização do barril, que voltou a ser cotado acima de US$ 114, impulsiona as ações das empresas brasileiras e aumenta o fluxo de dinheiro estrangeiro no país. No cenário doméstico, investidores aguardam pela divulgação nesta terça-feira, 22, da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que elevou os juros a 11,75% ao ano, na semana passada. Por volta das 13h15, o dólar operava com queda de 1,4%, a R$ 4,947. O câmbio chegou a bater a mínima de R$ 4,932, enquanto a máxima não passou de R$ 5,031. Caso se mantenha nessa cotação, será a primeira vez que o dólar fecha abaixo de R$ 5 desde junho do ano passado. Se descolando do pessimismo internacional, o Ibovespa operava com alta de 0,56%, aos 115.960 pontos, liderada pelos papéis de companhias ligadas ao setor energético.
Ministros de Relações Exteriores da União Europeia afirmaram nesta segunda-feira que estudam se unir aos Estados Unidos e aderir ao embargo ao petróleo russo. O país de Vladimir Putin é o segundo maior produtor da commodity no mundo, atrás apenas da Arábia Saudita. O temor de impactos no abastecimento do petróleo no mercado global aumenta a pressão sobre os preços. O barril do tipo Brent, usado com referência pela maior parte do mundo, registrava alta de 7%, a US$ 114,85. Já o WTI, base do mercado norte-americano, também subia 6%, a US$ 110,53. As novas sanções seguem o aumento dos conflitos no Leste Europeu. As Forças Armadas da Rússia deram um ultimato neste domingo, 20, para que a cidade de Mariupol se rendesse e fosse entregue pela Ucrânia a elas até às 5h da manhã de segunda, 21. A oferta já foi recusada por autoridades ucranianas. A expectativa é de maior conflito na região, vista como fundamental por estar próxima das áreas rebeldes já dominadas pela Rússia.
Na pauta doméstica, o Copom divulga amanhã a ata do encontro realizado na semana passada que determinou o aumento dos juros de 10,75% para 11,75% ao ano. O mercado espera que a autoridade monetária dê mais detalhes sobre a direção dos juros em meio ao aumento das pressões inflacionárias geradas pela guerra na Ucrânia. Analistas revisaram para cima as expectativas para a inflação e a Selic em 2022 e 2023, segundo previsões do Boletim Focus publicadas nesta manhã. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou de 6,45% para 6,59% neste ano, e de 3,7% para 3,75% em 2023. Já a Selic passou a ser vista em 13% ao ano no fim de 2022, e em 9% no ano que vem.
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