Dólar cai após quatro dias de alta e fecha a R$ 4,05

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2019 18h57 - Atualizado em 21/05/2019 19h42
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Fernanda Carvalho/ Fotos Públicas dolar Dólar fechou a R$ 4,05 nesta terça-feira (21)

Depois de quatro pregões seguidos de alta, em que acumulou valorização de 3,19%, o dólar recuou na sessão desta terça-feira (21). A perda de força da moeda americana em relação a divisas emergentes pares do real e o arrefecimento das tensões políticas abriram espaço para desmonte de posições compradas em dólar futuro. Afora uma leve alta pela manhã, quando atingiu a máxima de R$ 4,1130, a moeda americana operou o restante do dia em queda e fechou com baixa de 1,35%, a R$ 4,0478, na mínima do pregão.

Entre outros motivos que contribuíram para o enfraquecimento da moeda estrangeira, estão o acerto entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o relator da PEC da Previdência na Comissão Especial da Câmara, Samuel Pereira (PSDB-SP), em torno da manutenção da economia de R$ 1 trilhão com a reforma e o acordo entre lideranças partidárias nesta terça-feira (21) para votação de Medidas Provisórias que ameaçavam caducar, como a MP dos ministérios e a que permite 100% de capital estrangeiro em empresas aéreas.

A leitura é que o Congresso não vai se deixar emparedar pelo governo e tentará assumir o protagonismo na agenda de reformas, de maneira a esvaziar a pauta dos protestos de apoiadores de Jair Bolsonaro contra o Centrão e o Supremo Tribunal Federal (STF), marcados para domingo (26).

Ao acelerar a votação para aprovar a MP dos Ministérios sem a recriação das pastas das Cidades e da Integração Nacional, parlamentares querem desfazer a imagem de que tentam barganhar espaço no governo em troca de votos.

Além disso, a MP das aéreas pode ser apreciada ainda nesta terça tanto na Câmara quanto no Senado. Na segunda à noite, o presidente já havia baixado o tom e dito que, apesar de ter cometido “algumas caneladas”, valoriza o parlamento. Nesta terça, Bolsonaro disse que não vai às manifestações de domingo, ajudando a arrefecer os ânimos.

Ao destravamento da MPs soma-se a percepção de que uma costura política entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), partidos do Centrão e Guedes fará a proposta de reforma da previdência andar no Congresso, embora haja alguma diluição do texto do governo.

Operadores ressaltam que, passado o processo de reversão de posições compradas no mercado futuro, o dólar pode se acomodar na faixa entre R$ 4 e R$ 4,05, caso não haja nova rodada de estresse político ou onda de fortalecimento global da moeda americana.

*Com Estadão Conteúdo

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