Dólar cai para R$ 4,99 com diminuição do risco global; Bolsa sobe

Mercados operam no campo positivo após fortes quedas na véspera com embargos ao petróleo da Rússia

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2022 11h56 - Atualizado em 09/03/2022 12h57
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ITACI BATISTA/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas de dólar e real espalhadas Dólar recua após Campos Neto comentar sobre inflação acima do esperado em março

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quarta-feira, 9, com o clima de recuperação internacional após fortes quedas na véspera com embargos do Ocidente ao petróleo russo. No cenário doméstico, investidores acompanham as discussões no governo federal e Congresso para evitar reajustes nos combustíveis. Por volta das 12h15, o dólar era vendido a R$ 4,992, com recuo de 1,21%. O câmbio chegou na mínima de R$ 4,991, enquanto a máxima não passou de R$ 5,036. É a primeira vez na variação intradiária que a divisa fica abaixo de R$ 5 desde 23 de fevereiro, véspera da invasão da Ucrânia por tropas russas. A queda vai em linha com a desvalorização de 0,9% do índice DXY, que mede o dólar ante uma série de moedas, indicando a diminuição do risco global. O dólar encerrou a véspera com recuo de 0,5%, cotado a R$ 5,053. Seguindo o viés de alta dos principais mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com avanço de 1,8%, a 113.170 pontos. O pregão desta terça-feira, 8, fechou com recuo de 0,35%, aos 111.203 pontos.

Mercados se recuperam nesta quarta em meio à queda do barril de petróleo. O barril do tipo Brent, referência da Petrobras, operava com retração de 5,4%, a US$ 121,10. A cotação chegou a US$ 133 na véspera com o anúncio do embargo total dos Estados Unidos ao petróleo produzido na Rússia. Na mesma direção, o Reino Unido informou que vai zerar a importação da commodity de Moscou até o fim do ano, enquanto a União Europeia afirmou que vai reduzir a compra do gás russo em dois terços ainda em 2022. Em resposta, Vladimir Putin assinou um decreto que proíbe ou restringe a importação e exportação de produtos e/ou matérias-primas. A medida é uma forma de tentar garantir a segurança econômica de seu país e deve vigorar até o fim de 2022.

No cenário doméstico, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou ministros para uma nova reunião para discutir medidas para evitar que a disparada do barril de petróleo impacte em reajustes nos combustíveis. Foram chamados os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia). Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), também foi convocado.  Alas do governo defendem o congelamento temporário de reajustes da Petrobras para evitar o aumento acentuado em meio à volatilidade gerada pela invasão da Rússia à Ucrânia. A medida é justificada pelo lucro de R$ 106 bilhões da estatal no ano passado. Auxiliares de Bolsonaro também sugeriram que o Executivo subsidie os combustíveis, por prazo limitado, até que haja maior claridade da duração do conflito no Leste Europeu. A possibilidade de acionar estado de calamidade ainda não foi descartada. Neste caso, o teto de gastos ficará suspenso e o governo poderá usar recursos extraordinários para compensar os reajustes.

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