Dólar cai para R$ 4,99 com diminuição do risco global; Bolsa sobe
Mercados operam no campo positivo após fortes quedas na véspera com embargos ao petróleo da Rússia
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta quarta-feira, 9, com o clima de recuperação internacional após fortes quedas na véspera com embargos do Ocidente ao petróleo russo. No cenário doméstico, investidores acompanham as discussões no governo federal e Congresso para evitar reajustes nos combustíveis. Por volta das 12h15, o dólar era vendido a R$ 4,992, com recuo de 1,21%. O câmbio chegou na mínima de R$ 4,991, enquanto a máxima não passou de R$ 5,036. É a primeira vez na variação intradiária que a divisa fica abaixo de R$ 5 desde 23 de fevereiro, véspera da invasão da Ucrânia por tropas russas. A queda vai em linha com a desvalorização de 0,9% do índice DXY, que mede o dólar ante uma série de moedas, indicando a diminuição do risco global. O dólar encerrou a véspera com recuo de 0,5%, cotado a R$ 5,053. Seguindo o viés de alta dos principais mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com avanço de 1,8%, a 113.170 pontos. O pregão desta terça-feira, 8, fechou com recuo de 0,35%, aos 111.203 pontos.
Mercados se recuperam nesta quarta em meio à queda do barril de petróleo. O barril do tipo Brent, referência da Petrobras, operava com retração de 5,4%, a US$ 121,10. A cotação chegou a US$ 133 na véspera com o anúncio do embargo total dos Estados Unidos ao petróleo produzido na Rússia. Na mesma direção, o Reino Unido informou que vai zerar a importação da commodity de Moscou até o fim do ano, enquanto a União Europeia afirmou que vai reduzir a compra do gás russo em dois terços ainda em 2022. Em resposta, Vladimir Putin assinou um decreto que proíbe ou restringe a importação e exportação de produtos e/ou matérias-primas. A medida é uma forma de tentar garantir a segurança econômica de seu país e deve vigorar até o fim de 2022.
No cenário doméstico, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou ministros para uma nova reunião para discutir medidas para evitar que a disparada do barril de petróleo impacte em reajustes nos combustíveis. Foram chamados os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia). Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), também foi convocado. Alas do governo defendem o congelamento temporário de reajustes da Petrobras para evitar o aumento acentuado em meio à volatilidade gerada pela invasão da Rússia à Ucrânia. A medida é justificada pelo lucro de R$ 106 bilhões da estatal no ano passado. Auxiliares de Bolsonaro também sugeriram que o Executivo subsidie os combustíveis, por prazo limitado, até que haja maior claridade da duração do conflito no Leste Europeu. A possibilidade de acionar estado de calamidade ainda não foi descartada. Neste caso, o teto de gastos ficará suspenso e o governo poderá usar recursos extraordinários para compensar os reajustes.
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