Dólar cai para R$ 5,19 com alívio doméstico e otimismo internacional; Ibovespa sobe
Investidores repercurtem desmembramento da equipe econômica em meio à reforma ministerial anunciada por Bolsonaro
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta quarta-feira, 21, com a repercussão da reforma ministerial anunciada por Jair Bolsonaro (sem partido) e o bom humor nas Bolsas internacionais. Em mais um dia de forte oscilação, o dólar encerrou com queda de 0,76%, cotado a R$ 5,192. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,277, enquanto a mínima não passou de R$ 5,182. O câmbio encerrou a véspera com queda de 0,37%, a R$ 5,231. Seguindo o otimismo nos mercados globais, que deixam um pouco de lado o temor pela disseminação da Covid-19, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com avanço de 0,42%, aos 125.929 pontos. O pregão desta terça-feira, 20, encerrou com alta de 0,81%, aos 125.401 pontos.
O governo federal prepara o desmembramento de parte do Ministério da Economia para a recriação da pasta do Trabalho e Previdência. Segundo informações confirmadas à Jovem Pan por membros da equipe econômica, o movimento será feito como um aceno ao Centrão para acomodar o atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni (DEM), que deixará a pasta para a entrada de Luiz Eduardo Ramos, responsável pela Casa Civil. O general, por sua vez, será substituído pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). As negociações fazem parte da reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta quarta-feira e que deve ser oficializada na próxima segunda-feira, 26. Mudanças na pasta foram confirmadas pelo ministro Paulo Guedes nesta manhã. “Vamos fazer uma mudança organizacional aqui também, essas novidades vão justamente na direção do emprego e da renda.”
Os investidores também analisaram positivamente a divulgação de recorde na arrecadação da Receita Federal no primeiro semestre. Segundo dados do Fisco, os seis primeiros meses do ano encerraram com recolhimento de R$ 881,9 bilhões, aumento real de 24,49% em comparação com o mesmo período do ano passado. Este é o maior valor para a primeira metade do ano desde o início da série histórica, em 1995. O resultado foi impulsionado pela arrecadação de R$ 137,1 bilhões em junho, montante já reajustado pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a arrecadação do Fisco aumentou 46,77%, o segundo melhor desempenho da série. O resultado interrompe a sequência de arrecadações históricas mensais iniciada em fevereiro, a despeito da piora da pandemia do novo coronavírus e a retomada de medidas para isolamento social no final do primeiro trimestre.
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