Dólar dispara e fecha acima de R$ 5 pela primeira vez desde março com ‘efeito China’ e espera por juros dos EUA
País asiático teve números de produção industrial abaixo do esperado e Banco Central da nação norte-americana pode aumentar taxa de juros nesta semana
O dólar disparou neste início de semana e fechou acima de R$ 5,00 pela primeira vez desde 18 de março, em meio à onda de fortalecimento global da moeda americana. À cautela em torno da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira, 5, que pode trazer um aumento de juros maior que o previsto inicialmente, somaram-se temores de desaceleração da economia mundial em momento de inflação elevada, a chamada estagflação. Dados de atividade industrial abaixo do esperado nos Estados Unidos e, sobretudo, na China assustaram os investidores. Os lockdonws prescritos pela política de covid zero no gigante asiático traçam um cenário ruim para commodities, levando a uma queda em bloco das divisas emergentes. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou o dia com queda de 1,15%, a 106.639 pontos.
Por aqui, o dólar operou com sinal positivo desde a abertura e superou a barreira dos R$ 5,00 já na primeira hora de negócios. A onda compradora se acentuou ao longo da tarde com a piora do ambiente externo. No fim do dia, com a virada das bolsas americanas para o positivo e a diminuição das perdas do Ibovespa, o dólar desacelerou os ganhos e encerrou o primeiro pregão de maio em alta de 2,63%, a R$ 5,07 – maior valor de fechamento desde 17 de março (R$ 5,0343). A desvalorização da moeda americana no ano, que chegou a superar 17%, voltou a ser de um dígito (-9,02%). O real liderou nesta segunda as perdas entre divisas emergentes, seguido pelo rand sul-africano, com baixa na casa de 2%, e pelo peso chileno e colombiano, que caíram mais de 1%.
*Estadão Conteúdo
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