Dólar e Bolsa fecham em queda com novas sanções do Ocidente ao petróleo da Rússia
Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia apertaram restrições para sufocar a economia de Moscou
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam esta terça-feira, 8, em queda com os anúncios do Ocidente da interrupção da compra de petróleo e gás natural produzidos na Rússia. O dólar encerrou com recuo de 0,5%, cotado a R$ 5,053. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,101, enquanto a mínima não passou de R$ 5,045. A divisa fechou a véspera estável, com leve alta de 0,03%, cotado a R$ 5,080. Em meio ao clima misto dos principais mercados globais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com recuo de 0,35%, aos 111.203 pontos. O pregão desta segunda-feira, 7, registrou forte queda de 2,5%, aos 111.593 pontos. O barril do tipo Brent chegou a bater a máxima de US$ 133 durante a manhã, mas perdeu força e passou para a casa de US$ 128, com alta de 4%.
Os Estados Unidos anunciaram embargo imediato às commodities energéticas do Kremlin, enquanto o Reino Unido informou que pretende zerar a compra de petróleo até o fim do ano. Em paralelo, a União Europeia afirmou que vai reduzir em dois terços a compra de gás natural de Moscou ainda em 2022. Todas as medidas seguem o aperto das sanções econômicas impostas aos russos pela invasão da Ucrânia, há duas semanas. Em resposta, Vladimir Putin assinou um decreto que proíbe ou restringe a importação e exportação de produtos e/ou matérias-primas. A medida é uma forma de tentar garantir a segurança econômica de seu país e deve vigorar até o fim de 2022.
No cenário local, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou ministros e o Banco Central (BC) para blindar o mercado doméstico da variação internacional. O congelamento dos reajustes da Petrobras de forma temporária é um dos principais pontos de discussão no Planalto, apesar de encontrar resistência na equipe econômica. Desde 2016, a estatal adota o preço de paridade de importação (PPI), política que baseia o valor cobrado às distribuidoras domésticas de acordo com a variação do petróleo no mercado global e a cotação do dólar. O último reajuste dos combustíveis ocorreu no dia 12 de janeiro, quando o barril estava cotado próximo de US$ 85, e a recente valorização pressiona a estatal por novos aumentos. O governo também estuda subsidiar o preço dos combustíveis. Seria uma solução emergencial parecida com a que foi adotada em 2018 no governo do presidente Michel Temer (MDB). Na mesa de discussão do governo, se fala na possibilidade de uma subvenção que duraria cerca de três meses para diesel, gasolina e o GLP, conhecido como gás de cozinha.
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