Dólar fecha em R$ 4,1395, maior valor desde setembro do ano passado

Queda na popularidade de Bolsonaro e repercussão negativa das queimadas na Amazônia impactaram

  • Por Jovem Pan
  • 26/08/2019 19h03
Jf Diorio/Estadão Conteúdo Câmbio avança nesta segunda-feira após registrar queda de 2% na semana passada Este foi o terceiro dia seguido que a moeda americana fechou em alta

O dólar fechou em alta pelo terceiro dia seguido nesta segunda-feira (26), se mantendo no maior nível desde antes da eleição presidencial do ano passado. O dólar à vista fechou em alta de 0,36%, a R$ 4,1395, maior valor desde 18 de setembro do ano passado (R$ 4,14).

A moeda americana bateu em R$ 4,16 no meio da tarde, influenciada pelas fortes perdas das ações do BTG Pactual, banco envolvido nas investigações da Operação Lava Jato. Perto do fechamento, o ritmo de alta se reduziu, com o banco tentando tranquilizar os investidores fazendo uma teleconferência e divulgando comunicado. A moeda americana acumula alta de 8,37% no mês.

O mercado externo teve peso decisivo para a valorização do dólar nesta segunda, que subiu ante a maioria dos emergentes e moedas fortes, mas notícias domésticas também contribuíram para o investidor fugir de ativos de risco e buscar proteção na moeda estrangeiro. Entre elas, a queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro e a repercussão negativa das queimadas na Amazônia, que pode afugentar investidores estrangeiros e prejudicar negociações comerciais do Brasil.

“O ambiente externo está muito ruim e aqui dentro as notícias não ajudam”, afirmou a economista e estrategista de câmbio do banco Ourinvest, Fernanda Consorte, ressaltando que a falta de avanço nas negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos segue provocando um forte sentimento de aversão ao risco.

“Os investidores não veem sinais claros de melhora das conversas e ficam muito arredios em relação aos mercados emergentes.” O noticiário negativo sobre a Amazônia, ressaltou a economista, não ajuda e deixa o investidor internacional ainda mais cauteloso com o Brasil.

Uma das mostras da maior cautela foi a alta do Credit Default Swap (CDS), um termômetro do risco país, que subiu para 143 pontos, considerando os contratos de cinco anos. No fechamento da sexta-feira, o CDS fechou em 139 pontos, de acordo com cotações da IHS Markit. Em outra mostra de cautela, o fluxo de estrangeiros está negativo em US$ 4,8 bilhões este mês, até o dia 22, segundo o Banco Central, que vendeu o lote integral de US$ 550 milhões das reservas no mercado à vista.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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