Dólar fecha no menor valor desde 28 de fevereiro por otimismo com votação da Previdência

  • Por Jovem Pan
  • 10/07/2019 19h48 - Atualizado em 10/07/2019 20h20
Jf Diorio/Estadão Conteúdo Câmbio avança nesta segunda-feira após registrar queda de 2% na semana passada O dólar à vista encerrou o dia em R$ 3,7568, em queda de 0,77%, o terceiro maior recuo em uma lista de 34 moedas internacionais

O otimismo com a votação da reforma da Previdência, aprovada nesta quarta-feira (10) no plenário da Câmara dos Deputados em primeiro turno, levou o dólar a fechar na menor cotação desde 28 de fevereiro, quando terminou em R$ 3,7535.

A moeda operou o dia todo em queda. Outro motivo para isso foi a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que está pronto para cortar os juros na maior economia do mundo. O dólar à vista encerrou o dia em R$ 3,7568, em queda de 0,77%, o terceiro maior recuo em uma lista de 34 moedas internacionais.

O responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, afirmou que, com o texto-base da reforma aprovado, “a moeda abre amanhã ainda mais baixa”. Ele acredita que se a Previdência seguir avançando e outras reformas também caminharem, como a tributária, a moeda americana pode cair para a casa dos R$ 3,50.

Já o economista-chefe para América Latina do ING, Gustavo Rangel, enxerga que, se as reformas forem aprovadas, há mais possibilidade da moeda americana chegar mais perto dos R$ 3,60 do que dos R$ 3,40. “O real deve ter um rali, mas de extensão limitada.”

Uma das razões é que a aprovação deve levar o Banco Central a cortar os juros, em um ciclo que pode chegar a 150 pontos-base, o que reduz a atratividade internacional do real e estimula ainda mais o uso da moeda brasileira como hedge para outras operações, movimento que já vem acontecendo nas últimas semanas.

Operadores destacam que o real já vem mostrando um “atraso” em relação a outros ativos, como o Ibovespa, que hoje chegou a superar os inéditos 106 mil pontos, e os juros futuros, com as taxas em queda há várias semanas. O gestor de investimentos da Western Asset, Adauto Lima, observa que a reação mais lenta do câmbio pode ser reflexo da busca da moeda brasileira por hedge pelos investidores, além da forte saída de recursos de estrangeiros em junho.

Lima ressalta que a perspectiva de aprovação de uma reforma da Previdência com economia fiscal importante e as sinalizações de corte de juros nos EUA estão por trás do otimismo dos agentes.

No mercado internacional, o dólar operou em queda generalizada, tanto ante divisas de países desenvolvidos, como o euro e a libra, como ante moedas emergentes. Tanto o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Congresso, como a ata da última reunião de política monetária dos dirigentes da instituição, sinalizaram corte de juros em breve.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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