Dólar fecha o dia a R$ 5,63 e avança 2,84% na semana, apesar de intervenções do Banco Central

Com mínima a R$ 5,5754 e máxima a R$ 5,6919, o dólar à vista terminou o pregão desta sexta-feira (30) em alta de 0,21%

  • Por Jovem Pan
  • 30/08/2024 18h18 - Atualizado em 30/08/2024 19h30
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FERNANDA LUZ/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de dólar O dólar operou em queda em raros momentos na sessão desta sexta-feira (30)

O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (30), em alta moderada, apesar de duas intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, com leilão de venda de moeda à vista e de swaps cambiais. A despeito de a divisa norte-americana ter avançado no exterior e de fatores técnicos típicos de fim de mês – como rolagem de posições no segmento futuro e a formação da última taxa ptax de agosto -, parte relevante do novo escorregão do real foi atribuída ao aumento da percepção de risco doméstico. A postura é de cautela em meio à apresentação do projeto de lei de diretrizes orçamentária(PLDO) de 2025. Há receios também com dúvidas sobre impacto de programas do governo, como o aumento do auxílio gás, nas contas públicas e, por tabela, no cumprimento do arcabouço fiscal. O déficit do setor público consolidado em julho acima do esperado, divulgado pela manhã, ajudou a azedar o humor do mercado.

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Pesou também contra o real a perspectiva de uma alta mais moderada da taxa Selic do que a esperada por boa parte de investidores e economistas. Após a cacofonia das últimas semanas, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu um recado claro nesta sexta-feira em evento da XP, ao dizer que “se e quando houver um ciclo de alta de juros, será gradual”.

Com mínima a R$ 5,5754 e máxima a R$ 5,6919, o dólar à vista terminou o pregão em alta de 0,21%, a R$ 5,6350. Foi o quinto dia seguido de avanço da divisa, que termina a semana com ganhos de 2,84%. Ao longo de agosto, a moeda chegou a exibir desvalorização acumulada de mais de 3%, mas encerrou o mês com leve perda (0,36%). No ano, a divisa avança 16,10%.

O dólar operou em queda em raros momentos na sessão. Um deles foi no início da manhã, sob o impacto do leilão de venda de US$ 1,5 bilhão em moeda à vista, totalmente absorvido. Foi aceita apenas uma proposta com valor integral, o que sugere algo direcionado para demanda específica. Segundo analistas, a motivação para a intervenção seria a saída de cerca de US$ 1 bilhão em razão do rebalanceamento do EWZ (MSCIBrazil ETF), com entrada de ações como Nubank e XP. Esse evento poderia provocar distorções maiores em dia de disputa pela formação da última taxa ptax de agosto.

Apesar disso, o dólar avançava com força no fim do primeiro período de negócios. A moeda voltou a apresentar queda pontual e bem momentânea no início da tarde, com o anúncio da oferta de US$ 1,5 bilhão em swaps cambiais. Foram vendidos 15.300 contratos, pouco mais da metade da oferta total de 30 mil contratos. Segundo operadores, o BC provavelmente não quis sancionar prêmios pedidos por investidores para colocar o restante da oferta.

No restante do dia, o mercado local esteve alinhado ao sinal predominante da moeda americana no exterior. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY renovou máximas à tarde, atingindo 101.783 pontos. Na semana, o DXY avançou cerca de 1%. Pela manhã, a leitura em linha com o esperado do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) reforçou a possibilidade de o Federal Reserve optar por um alívio gradual da política monetária, com corte inicial de 25 pontos-base em setembro.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Tamyres Sbrile

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