Dólar fica abaixo de R$ 5,20 com sinais de alívio internacional; Bolsa avança

Ministério da Defesa da Rússia afirmou que vai retirar parte das tropas de zonas de fronteira com a Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2022 11h25
ROBERTO GARDINALLI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Mão segura notas de US$ 100 e R$ 100 Dólar mantém trajetória de queda ante o real pelo terceiro dia seguido

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta terça-feira, 15, em compasso com os sinais de alívio internacional na fronteira da Ucrânia após o governo russo ter afirmadoque vai parte das tropas da região. No cenário doméstico, investidores seguem acompanhando os projetos no Congresso para buscar barrar a alta dos combustíveis e os impactos das medidas nas contas do governo. Por volta das 11h20, o dólar registrava queda de 0,8%, a R$ 5,177. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,217, enquanto a mínima não passou de R$ 5,170. A divisa norte-americana encerrou a véspera com recuo de 0,46%, a R$ 5,219, a menor cotação em cinco meses. Mantendo a trajetória de alta dos últimos dias, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com avanço de 0,24%, aos 114.172 pontos. O pregão encerrou esta segunda-feira, 14, com alta de 0,29%, aos 113.899 pontos. Caso mantenha esse patamar, o Ibovespa vai retomar o nível de outubro de 2021.

Mercados ao redor do globo analisam a decisão da Rússia de afastar parte das tropas da fronteira ucraniana. O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo Ministério da Defesa russo. Conforme as informações, soldados que realizavam exercícios em distritos militares na fronteira com o país vizinho estão retornando para as bases. O anúncio do recuo parcial das tropas acontece em meio à escalada das tensões entre russos e ucranianos e a possibilidade de uma invasão do país. Atualmente, mais de 100 mil soldados do governo de Vladimir Putin se concentram na região da fronteira. O Kremlin, no entanto, não divulgou quantas tropas foram afastadas das zonas de fronteira. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aterrissou em Moscou nesta terça-feira. Na quarta-feira, 16, ele tem uma reunião com o líder russo, e também deve se encontrar com empresários locais e brasileiros.

Na pauta doméstica, as atenções seguem nos desdobramentos do governo e do Congresso para fechar acordo em um projeto que freie a alta dos combustíveis. Inicialmente, as tratativas apontavam para uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que incidisse sobre a renúncia fiscal de todos os combustíveis. A medida, no entanto, encontra resistência no Ministério da Economia, que defende mudanças apenas na tributação do diesel. Os embates geram temor aos investidores por indicarem aumento dos gastos públicos em meio ao processo eleitoral. Para analistas, o crescimento da desconfiança com as contas do governo pode levar ao avanço do dólar e neutralizar os benefícios propostos pela PEC.

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