Dólar mostra volatilidade em meio a forças opostas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/02/2018 10h16
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Câmbio opera pressionado neste início de semana com aumento dos títulos fixos nos Estados Unidos e previsão da inflação brasileira Às 9h52, o dólar vista voltava a cair e registrava mínima, aos R$ 3,1773 (-0,43%)

O dólar está volátil. Abriu com viés de alta, passou a cair e depois retomou o ganho, renovando máximas na manhã desta quinta-feira, 1º de fevereiro. Pouco antes do fechamento deste texto, no entanto, voltava a ceder. Há forças opostas agindo sobre o mercado.

“O dólar se fortalece ante o real com ajuda de seus pares principais e da maioria das divisas emergentes e ligadas às commodities no exterior e após ter recuado pontualmente em meio a vendas de exportadores, depois que a divisa começou a sessão com viés de alta na casa dos R$ 3,19 no mercado à vista”, disse o diretor da Correparti Jefferson Rugik.

Lá fora, a moeda norte-americana ganha força em meio a apostas de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) nas reuniões de março e junho e sob o risco de eventual nova paralisação do governo norte-americano neste mês de fevereiro, caso não haja acordo entre republicanos e democratas no Congresso.

Quanto ao leilão de linha que vence na sexta-feira, no total de cerca de US$ 3 bilhões, segundo Rugik, a informação corrente em mesas de operação é de que muitos investidores já compraram a maioria dos dólares necessários para devolver ao Banco Central.

Mas o gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos disse que “o dólar tentou subir, mas caiu de novo e, pouco antes do fechamento deste texto, buscava um nível preço à espera de notícia forte, como definição sobre a rolagem ou não do vencimento de linha de US$ 3 bilhões amanhã”.

Tecnicamente, segundo esse gerente, o enfraquecimento do dólar interessa a quem obteve empréstimo de linha com o Banco Central e precisaria comprar a moeda nesta quinta para devolver à instituição, caso não haja anúncio de leilão de rolagem. “Se tiver que devolver, compraria o dólar mais baixo”, afirma.

O resultado melhor da produção industrial em dezembro e em 2017 foi monitorado e reforça os sinais de recuperação da economia, mas fica em segundo plano no câmbio, afirmam as fontes.

Às 9h52, o dólar vista voltava a cair e registrava mínima, aos R$ 3,1773 (-0,43%). Após a abertura positiva, registrou máxima aos R$ 3,1968 (+0,18%). No mercado futuro, o dólar para março estava em baixa de 0,25%, aos R$ 3,1880. Já oscilou de R$ 3,1865 (-0,28%) a R$ 3,2065 (+0,34%).

Em Nova York, o euro estava a US$ 1,2431, ante US$ 1,2416 no fim da tarde de quarta. A libra subia a US$ 1,4222, ante US$ 1,4195. Em relação a moedas ligadas a commodities, a moeda americana subia ante o dólar australiano (+0,85%), a rupia indiana (+0,56%) e o peso mexicano (+0,24%), a lira turca (+0,03%) e o rand sul africano (+0,61%).

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