Dólar passa de R$ 4,70 com juros nos EUA e sanções à Rússia no radar; Bolsa cai

Mudanças na política monetária norte-americana aumentam temor por recessão econômica

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2022 12h42
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PAULO VITOR/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoa conta nota de dólares Apesar de alta registrada nos primeiros dias de outubro, dólar fecha em queda pelo terceiro dia consecutivo

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro expandem as perdas nesta quarta-feira, 6, com cenário internacional carregado pela expectativa de juros mais fortes nos Estados Unidos e o aumento do receio de recessão na maior economia do globo. No outro lado do Atlântico, a União Europeia deve anunciar novas sanções à Rússia, incluindo a suspensão da compra de carvão. Na cena doméstica, investidores seguem acompanhando os desdobramentos na troca de comando na Petrobras. Por volta das 12h40, o dólar registrava avanço de 0,9%, aos R$ 4,700. O câmbio chegou a bater na máxima de R$ 4,715, enquanto a mínima não passou de R$ 4,648 A divisa encerrou a véspera com alta de 1,1%, de volta à casa de R$ 4,659. Impactado pelo clima negativo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, caia 0,7, aos 118.072 pontos. O pregão desta terça-feira, 5, fechou com retração de 1,97%, aos 118.885 pontos.

As atenções de investidores de todo o mundo estão voltadas à publicação da ata do Federal Reserve (Fed), às 15h, em busca de indicações dos rumos da política monetária norte-americana. Será a primeira divulgação após o Federal Open Market Committee (FOMC) elevar os juros em 0,25 ponto percentual. Falas de membros do colegiado nos últimos dias indicam o aperto da política monetária. O movimento já leva a indicações de recessão nos EUA em reflexo da desaceleração causada pela escalada dos juros. O Deutsche Bank foi a primeira grande instituição a aletar para a retração econômica entre o fim de 2023 e início de 2024.

Ainda na pauta internacional, aliados europeus devem anunciar novos embargos aos russos após as acusações de execução de civis e estupros em cidades ocupadas pelas tropas do Kremlin. A nova rodada de sanções renova o temor de desestabilização no suprimento de energia à Europa, o que deve aumentar a pressão sobre a inflação. O quadro derruba as principais Bolsas do mundo. Na Europa, o Stoxx 600, que reúne companhias de todo o continente, recuava 1,7%, enquanto o alemão DAX registrava queda de 2,1% e o britânico FTSE caia 0,6%. O clima nos Estados Unidos também é negativo, com destaque para o tombo de 2,3% na Nasdaq. Dow Jones tinha recuo de 0,8% e o S&P 500 de 1,2%.

Na pauta doméstica, o governo federal busca uma saída para a sucessão do comando da Petrobras após a demissão do atual presidente, general Joaquim Silva e Luna. O economista Adriano Pires, indicado na semana passada, recusou assumir a cadeira. A estatal promove Assembleia-Geral no próximo dia 13 para a escolha do conselho de direção e presidência. Diante da falta de opções, o governo federal busca retirar da pauta a votação do novo comandante. Outra possibilidade seria pedir que o atual presidente da Petrobras continue por mais 30 dias no cargo. Ainda na política local, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado cancelou na manhã desta quarta-feira a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/2019, que aborda a reforma tributária. A sessão estava prevista para iniciar às 10h, mas foi adiada pela falta de quórum, informou o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A medida enfrenta resistência por partes dos senadores e já teve a sua votação adiada em outras oportunidades.

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