Dólar recua com exterior e emissões no radar
O dólar segue em queda no mercado doméstico, pela quinta sessão seguida. Operadores atribuem o ajuste a influências do recuo da moeda americana e dos juros dos Treasuries, em meio a rumores de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria inclinado a escolher um candidato mais “dovish” (favorável à manutenção de estímulos monetários) para a presidência do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Segundo o site norte-americano Politico, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, prefere o atual diretor do Fed Jerome Powell ao ex-diretor da instituição Kevin Warsh para encabeçar o banco central, no lugar de Janet Yellen. Powell é considerado mais moderado do que Warsh, que é visto como “hawkish” (que tende a retirar estímulos). Ambos foram entrevistados na Casa Branca na semana passada.
Além disso, a criação de empregos no setor privado dos Estados Unidos em setembro ficou abaixo do esperado por analistas, em razão do impacto dos furacões no país. Em tese, o dado apoiaria um dólar mais fraco, enquanto eleva expectativas pelo relatório oficial do mercado de trabalho do país, o payroll, que será conhecido na sexta-feira (6). O setor privado americano criou 135 mil vagas em setembro, abaixo da previsão de 150 mil. A criação de vagas de agosto foi revisada em baixa, de 235 mil para 228 mil.
Internamente, segundo agentes de câmbio, a queda do dólar estaria precificando ainda expectativas sobre captações corporativas, na esteira da emissão soberana do Tesouro nesta terça-feira, 3, que vendeu no mercado internacional US$ 3 bilhões em bônus atrelados ao dólar com vencimento em janeiro de 2028 e custos menores. Além disso, a aprovação do novo Refis na Câmara também traz pressão de baixa.
Às 9h21 desta quarta-feira, 4, o dólar à vista recuava 0,34%, aos R$ 3,1358. O dólar futuro de novembro caía 0,27% neste mesmo horário, aos R$ 3,1465.
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